sexta-feira, 24 de julho de 2009

Carta do pai. não a carta do pai Kafka, do meu pai.

Lido com isso todos os dias de minha vida. mas quando é com a gente doi de maneira especial. nunca imaginei que a minha reação fosse essa: não ter coragem de responder.
Achava que isso já era assunto superado por ele.
Não falamos sobre isso, mas quando soube, me explusou de casa. eu tinha 19 anos. saí de casa, parei de conviver com ele, mas depois disso, ele veio até Fortaleza (mora em sampa), conheceu minha ex companheira, fomos beber cerveja os três juntos e achei que estava realmente tudo mais ou menos bem.
Sem querer o convite pra entrar na comunidade do LAMCE no leskut (http://paradalesbica.ning.com/) foi parar na caixa de e-mail dele... e olha como me respondeu:
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Bom dia


Eu não quero acreditar que foi vc quem enviou esse convite BIZARRO, esta não é minha filha

Eu conheço voce como minha filha, criada por Jeová para ser mulher
ter uma vida como mulher, ter marido, filhos, como toda mulher normal

voce e outras pessoas que trocam o uso natural por outro não pode ser chamada de mulher,
de minha filha, aliás nem sei do que isso pode ser chamado, esse tipo de convite eu repudio
tenho nojo de pessoas que se envolve com demonismo, lesbianismo, hossexualismo,por favor
não mande mais e-mail sobre esses tipos de assunto não me interessa nem um pouco

O que eu quero saber de vc
Sobre sua saúde, seu trabalho.

Quando vc esteve em casa eu achei vc péssima como pessoa, baixa estima,
uma pessoa sem vida, abandonada,
Aí eu me pergunto, pra que isso? Se em algum momento vc tentou me agredir, já conseguiu
não precisa mais fazer isso.

Lamento muito por ter contribuído por sua decadência como ser humano
Jeová vai cobrar de mim cada erro que cometi com vc e seu irmão Fábio.
Vc será cobrada muito mais, se ser escrava de Jeová é duro o que dira do mundo, que cobra muito mais
e depois joga no lixo.


Repito, isso não pode ter vindo de vc, se veio foi porque vc permitiu.




Seu Pai
da ALESSANDRA GUERRA
NÃO DA LÉSBICA

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Acampamento Latino Americano de Juventude

Eu vou! quero curtir o Rappa e Nando Reis. E ainda conhecer um monte de gente massa e rever uma galera doida!
Ainda acampar, tomar banho de mar e relaxar!
Eu vou pra Icapuí
Quem disse que a gente não faz arte?

domingo, 28 de junho de 2009

Funk da solução




E para quem está acompanhando nossas mobilizações para a X Parada e ainda nãos sabe cantar o funk da solução, (mas morrre de vontade de aprender) aí vai a letra que está abalando as estruturas do patriarcado Cearense!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Funk da soluçao (edição especial para a X Parada)


Então acaba, acaba acaba com a moral

então destrói, destrói, destrói a família


dercy beijo cuidado, dercy beijo cuidado

dercy beijo me liga, dercy beijo me liga.


A X Parada é da Diversidade

E não de uma Ong especifica da cidade

De uma ong da cidade

De uma ong da cidade


Nós há muito tempo lutamos contra o machismo

Mas no movimento a olho nu pode ser visto

Eu não quero ser invisível e resisto ao machismo

Eu não quero ser invisível e resisto ao machismo


Lésbicas e bi, querem visibilidade

Na letra deste funk

Afirmar identidade

Pela visibilidade reafirmar identidade

Pela visibilidade reafirmar identidade


se cristo, se cristo, se cristo é bom é terno

se cristo, se cristo, se cristo é bom é terno

porque criou o inferno? Porque criou o inferno?

porque criou o inferno? Porque criou o inferno?


se o corpo, se o corpo, se o corpo é da mulher

se o corpo, se o corpo, se o corpo é da mulher

ela dá pra quem quiser, ela dá pra quem quiser

ela dá pra quem quiser, ela dá pra quem quiser


a violência que existe, ainda mais a sexual,

Não é uma escolha nem comum e nem normal

a violência sexual não é comum nem é normal

a violência sexual não é comum nem é normal


O aborto, o aborto, o aborto é ilegal

O aborto, o aborto, o aborto é ilegal

a culpa é o vaticano, a culpa é o vaticano

a culpa é o vaticano, a culpa é o vaticano


se a raça, se a raça não é uma preocupação

façamos, façamos o governo das negona

o governo das negonas, o governo das negonas

o governo das negonas, o governo das negonas


no mundo, no mundo a miséria é geral

no mundo, no mundo a miséria é geral

destrói o capital, destrói o capital,

destrói o capital, destrói o capital,


se o mundo, se o mundo fosse cheio de sapatão

se o mundo, se o mundo fosse cheio de sapatão

seria revolução, revolução das sapatão

seria revolução, revolução das sapatão


Lésbicas e bi, querem visibilidade

Na letra deste funk

Afirmar identidade

Pela visibilidade reafirmar identidade

Pela visibilidade reafirmar identidade


Mulheres se organizam aqui em verso e prosa

Na luta por direitos contra o machismo cor de rosa

Patriarcado cor de rosa, Patriarcado cor de rosa

Patriarcado cor de rosa, Patriarcado cor de rosa


Na letra deste funk muita rima ainda existe

Mas não canto agora, o momento não permite!

o momento não permite

o momento não permite

segunda-feira, 22 de junho de 2009



A parada está aí...Domingo que vem!
E as mulheres lésbicas e bissexuais se organizaram e estão arrazando na visibilidade!
Sábado passado, foi nossa primeira ação contra o patriarcado e a invisibilidade lésbica, com uma ação políica na Ponte Metálica - Ponto turístico de Fortaleza que está sendo palco de lesbofobias e resistência da galera LGBT de Fortaleza.
Sexta feira uma intervenção política e artística vai ser realizada na Praça da Gêntilandia, com uma tribuna livre pra todo mundo dizer o que pensa sobre lésbianidade, bissexualidade, patriarcado, homofobia, feminismo e diversidade sexual.
E sábado vai rolar uma super oficina no teatro da praia, com diversos materiais pra costumização de camisetas, confeção de cartazes, faixas, standarts no Teatro da Praia (Rua José Avelino, 662 praia de iracema)
E domingo, no GRANDE DIA, vamos estar todas na frente do trio oficial, com uma bandeira enorme do arco-irís e muitas surpresas!
Compareçam na oficina, construam a visibilidade das mulheres lésbicas e bissexuais na
X Parada pela Diversidade Sexual do Ceará....

quinta-feira, 18 de junho de 2009

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Veja, ou ouça (com os olhos fechados), e depois comente...


quinta-feira, 21 de maio de 2009

um pouco sobre mim....


25 anos, aquariana, com ascendente em gemeos, sol galático amarelo, vivo de sonhar e sou extremamente integra aos meus princípios. sou feminista desde que era testemunha de jeová, rss
Sou lésbica assumida pra mim, desde de que me conheço por gente, e para os outros só depois dos 18 anos, quando tive minha primeira namorada e saí das casas dos meus pais por causa disso, ou melhor fui convidada a me retirar, rsss
Moro em fortaleza a quase 6 anos, (cidade escolhida no mapa, a dedo, com os olhos fechados, depois de um baseado). Vim pra cá com uma namorada, a Bia, com a qual fiquei casada por 5 anos. só tenho relacionamentos abertos, acredito que mesmo que isso as vezes se torne complicado, por causa da nossa criação hetero patriarcal, deve ser meta de todas as pessoas, principalmente das mulheres feministas. também vivi um ano de relacionamento poligamico, eu, a bia e a minha primeira namorada, (que agora está morando em fortaleza tb) e críavamos nos 3 a pequena nini, filha biológica de uma da minha primeira namorada.
Meu primeiro contato com o movimento foi através de um grupo para testemunhas de jeová e ex testemunhas de jeová LGBT, através dele fiquei sabendo dos encontros que aconteciam nos shoppings de São paulo e conheci o Fabricio Viana, que me convidou para fazer parte da equipe do site http://www.armariox.com.br/, onde fiquei responsável pela temática lésbica e religiosidade. depois, ao mudar para forteleza conheci o LAMCE - liberdade do amor entre mulheres no ceará (http://grupolamce.blogspot.com/), grupo que hoje integro a diretoria colegiada, e tenho o maior orgulho de fazer parte! Hoje, vivo do artesanatos que faço e vendo tanto na praia como nos eventos que participo e também de criação de artes gráficas (comecei a estudar design, mas parei por falta de R$) e algumas coisas remuneradas que rolam pelo movimento, tipo oficnas e cursos.
Moro com duas amigas e nossas duas cachorras e uma gata (uma das cachorras e a gata são lésbicas, é incrível!) num apto que dividimos na praia de iracema, em fortaleza. nossa casa é uma espécie de comunidade feminista, ninguém tem nada, tudo é de todo mundo, nossos guarda-roupas são coletivos, rs
Vivo a maior parte do tempo para o movimento social, além do lamce, sou do coletivo de jovens feministas do ceará, da Articulação Brasileira de Jovens Feministas e do fórum cearense de mulheres. também integro a ABL e o Coletivo feminista de mulheres da ABGLT, coletivo que ajudei a fecundar e nascer e é um dos espaços que mais acredito em todo o movimento social.
Fazer parte dos movimetos, fazer o SENALE e poder participar dos processos de construção de um outro mundo pelo movimento de lésbicas é incrivel para mim.
Penso num mundo, sem machismo, sem sexismo e todo e qualquer tipo de fundamentalismo, mais ainda penso em nosso resgate com a natureza, um meio de nos perceber parte dessa terra mãe, não vejo seres humanos como superiores aos animais, nos acho responsáveis por toda a deterioração da terra, penso que a radicalidade deve envolver uma mudança profunda na forma em que nos relacionamos com a terra. Por isso também evito d+ me alimentar de animais e tento ter alguns outros habitos responsáveis (mas confesso ser muito dificil, e as vezes até impossivel, estando inserida no sistema).
Mesmo estando sempre tensa e na maioria das vezes decepcionada com o mundo e as injustiças, e com o alcance das minhas ações (não posso mudar o mundo em 90 dias, rs) Procuro sempre me divertir e sempre tentar ver o lado mais simples da vida.


Acho que é mais ou menos isso... rs

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Diversidade de sujeitos e igualdade de direitos no SUS - Carta de Brasília




CARTA DE BRASÍLIA


Durante a realização do SEMINÁRIO NACIONAL DIVERSIDADE DE SUJEITOS E IGUALDADE DE DIREITOS NO SUS, promovido pelo Ministérioda Saúde em parceria com os Movimentos Sociais, nos dias 08, 09,10 e 11 de Maio de 2009, representantes da Gestão Estadual e Municipal de Saúde, e de Organizações do Movimento Negro, Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT), Comunidades de Religiões de Matriz Africana, Ciganos, Movimento Nacional da População de Rua, Movimentos Populares de Saúde – MOPS, Povos do Campo, da Floresta e das Águas, Adolescentes e Jovens, por consenso, apresentam a seguinte carta:

Considerando o modelo de desenvolvimento capitalista, que gera desigualdades e injustiça social, subtraindo o sentido dos sujeitos em favor das lógicas de mercado e do lucro, e determinando as condições de vida, trabalho e de saúde das populações da cidade, do campo, da floresta e das águas; Considerando que os processos históricos da nossa sociedade se estruturaram a partir do capitalismo, do patriarcado, do sexismo, do racismo, do adultocentrismo, da heterossexualidade obrigatória e da heteronormatividade, as quais geram misoginia, relações assimétricas de gênero, lesbofobia, transfobia, homofobia, discriminação étnico-racial e todas as modalidades de preconceitos; Considerando o avanço do fundamentalismo religioso enquanto recurso ideológico que ameaça o estado laico, violando os direitos humanos; Considerando a ausência de projetos políticos sociais coletivos que alimentem o tecido social baseados nos paradigmas da solidariedade e da justiça social; Considerando a relevância da diversidade étnico-racial, cultural, territorial, religiosa, orientação sexual, identidade de gênero, idade e os modos de
produção de vida e trabalho; 3 Considerando o fortalecimento das práticas populares de saúde, incluindo a educação e o cuidado à saúde como estratégias que devem ser consideradas
para o enfrentamento das iniqüidades em saúde; Considerando a importância da participação e do controle social, na formulação de políticas e no acompanhamento da gestão do SUS como estratégia fundamental para a consolidação e a consagração do direito à saúde; Considerando as Políticas de Saúde Integral da População Negra e de Saúde Integral da População do Campo e da Floresta aprovadas e pactuadas pelas instâncias do SUS; Considerando as demandas das populações cigana, em situação de rua, LGBT, povos e comunidades tradicionais, e outras populações em condições de exclusão no acesso ou de discriminação no SUS; Nós, participantes do SEMINÁRIO NACIONAL DIVERSIDADE DE SUJEITOS E IGUALDADE DE DIREITOS NO SUS, exigimos:
1- Aprovação, publicação oficial e implementação das Políticas e Planos Operativos da diversidade: Política Nacional de Saúde Integral das Populações Negra, LGBT, do Campo, da Floresta e das Águas, em Situação de Rua, Povos e Comunidades Tradicionais, e ampla divulgação na mídia, sociedade civil e movimentos organizados, e em todas as esferas de gestão do SUS.
2- Garantia de ampla participação e controle social desses segmentos e sujeitos na gestão do SUS, e participação no processo de monitoramento e avaliação da implementação das políticas nos diversos territórios.
3- Imediata qualificação e organização da rede de serviços do SUS para o atendimento humanizado, respeitando a diversidade e as necessidades singulares dos sujeitos.
4- Garantia da participação dos diversos sujeitos e movimentos organizados na implementação das Políticas de Educação Permanente e Gestão do Trabalho, e de Educação Permanente para o Controle Social do SUS, incluindo a temática da diversidade no conjunto de ações de qualificação dos gestores, trabalhadores e conselheiros da saúde, e de desprecarização do processo de trabalho.
4
5- Reconhecimento de que os sujeitos em sua diversidade produzem conhecimentos, saberes e práticas em saúde, bem como a necessidade do fortalecimento da educação popular, com vistas à construção de uma Política de Educação Popular no campo da saúde.
6- Garantia de orçamento e financiamento específico para implementação das políticas em todas as esferas de gestão.
7- Fomento para pesquisas e extensão em saúde que atendam a diversidade dos sujeitos, garantido sua ampla divulgação e acesso.
8- Garantia da intersetorialidade na formulação de políticas, bem como na gestão, planejamento e execução das ações, como forma de avançar no direito à saúde dos povos, reforçando a necessidade de articulação intrasetorial para atingir a integralidade do SUS.
Nós, sujeitos da diversidade, reiteramos a defesa intransigente do SUS, dos princípios da universalidade, da integralidade e da equidade na saúde e da inclusão da diversidade sexual e de identidade de gênero, multiétnica e pluricultural nas ações de atenção integral à saúde. Da mesma forma, reafirmamos o SUS como Patrimônio Social Cultural Imaterial da Humanidade, e como resultado da luta dos/as trabalhadores/as e movimentos populares pelo direito à saúde.
Brasília, 11 de maio de 2009


AGENDA POLÍTICA NACIONAL
1. Garantir a inserção da Política Nacional de Saúde Integral das Populações Negra, do Campo e da Floresta nos Planos Estaduais e Municipais de Saúde e agilizar o processo de implementação de Políticas para populações em situação de exclusão no SUS, comprometendo as três esferas de gestão.
2. Defender e divulgar a Equidade como bandeira política do SUS.
3. Promover a criação de instâncias estaduais e municipais para o enfrentamento das iniqüidades em saúde.
4. Efetivar os Planos Nacionais de Enfrentamento da Epidemia de Aids entre Gays, HSH e Travestis, e o de Feminização da Aids.
5. Inserir a temática de acolhimento que contemple a diversidade e as especificidades da população brasileira na Política Nacional de Humanização.
6. Criar protocolos de atendimento que contemplem a atenção e o cuidado para os grupos sociais específicos em situação de iniqüidade em saúde.
7. Promover o reconhecimento das comunidades tradicionais de terreiros, nas três esferas de gestão do SUS, como espaço de promoção da saúde.
8. Fomentar a intersetorialidade das ações e a transversalidade da atenção à saúde para os diversos sujeitos sociais, nos diferentes territórios brasileiros.
9. Fomentar o desenvolvimento de estratégias de preservação do ambiente e desenvolvimento sustentável, garantindo a segurança da saúde dos/as trabalhadores/as nas diversas comunidades.
10. Efetivar as ações de promoção da equidade em saúde nas escolas, em articulação com o Programa Saúde na Escola e Escola sem Homofobia. 
11. Qualificar e garantir as ações do Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário.
12. Divulgar e participar da Caravana em Defesa do SUS como estratégia de consolidação da Reforma Sanitária e do direito à saúde.
13. Disseminar os conteúdos e ações discutidos neste Seminário junto aosEstados e Municípios e divulgá-los, massivamente, buscando todos os meios de comunicação.
14. Realizar Seminários Regionais, com envolvimento de Gestores e Conselhos sobre a Promoção da Equidade em Saúde, de forma democrática e participativa.
15. Ampliar a participação social para além dos espaços instituídos de pactuação e de gestão.
16. Garantir a representação, nos Conselhos de Saúde, das populações em situação de iniqüidade, fortalecendo sua participação.
17. Promover o reconhecimento, pelos gestores, da diversidade dos sujeitos na garantia do direito à saúde e estímulo à participação de todos os segmentos, incluindo comunidades e povos tradicionais, pessoas com deficiência e portadores de HIV.
18. Implementar Colegiados de Gestão nas Unidades do SUS com representação dos movimentos populares.
19. Incluir conteúdos relativos ao enfrentamento das iniqüidades em saúde nos processos de Educação Permanente dos profissionais da saúde garantindo a reforma curricular e o financiamento destas iniciativas.
20. Construir processos de educação popular em saúde como estratégia de aprendizagem para gestores e trabalhadores da saúde, e movimentos sociais.
21. Adequar os currículos das universidades garantindo que os profissionais de saúde tenham formação em gênero, etnia e determinação social da saúde, tornando os profissionais e o SUS mais comprometidos com a diversidade e os processos de saúde-doença.
22. Potencializar a participação dos segmentos sociais na construção dos conteúdos programáticos dos cursos de humanização e outros programas do SUS.
23. Capacitar os profissionais de saúde em Língua Brasileira de Sinais (Libras) na atenção e no cuidado à pessoa portadora de deficiência.
24. Promover a defesa do SUS e da Emenda Constitucional 29, garantindo o direito a saúde.
25. Assegurar os direitos sexuais e reprodutivos como forma de preservação e de promoção da saúde das mulheres heterossexuais, bissexuais e lésbicas, garantindo o atendimento seguro aos casos de abortamento reduzindo, especialmente, a mortalidade das mulheres negras.
26. Assegurar os direitos humanos e à saúde da juventude negra, com construção de estratégias para a garantia do atendimento integral (pronto e pós-atendimento), buscando: a) a redução da morbimortalidade deste segmento, vítima da ação letal das polícias militares, civis, federais, guardas municipais e de grupos para-militares sob a justificativa de combate e repressão ao tráfico de drogas; b) assegurar os direitos de jovens em situação de cárcere ou cumprindo medidas sócio-educativas, e de dependência de substâncias psicoativas, entendendo a questão das drogas como questão de saúde pública; c) assegurar os direitos sexuais e reprodutivos às jovens negras.
27. Promover a participação das Secretarias Estaduais de Saúde no debate sobre a reformulação do modelo de segurança pública com a perspectiva de assegurar uma Política de Segurança Pública que preserve a vida do/a cidadã/o.
28. Garantir a laicidade do estado respeitando todas as religiões que constituem a Nação Brasileira.
29. Fortalecer a presença das populações cigana, em situação de rua, negra, do campo, da floresta e das águas, LGBT, povos tradicionais e comunidades de matriz africana, nas instâncias de controle social do SUS.
30. Incluir o saber ancestral de terreiro nas práticas de saúde considerando que os terreiros são, historicamente, lócus de promoção da saúde.

sábado, 16 de maio de 2009

Sistematização das ultimas reuniões sobre o SENALE

companheiras, seguem os relatos (construídos a varias mãos) das reuniões sobre o senale realizadas em Brasília, nos dias 09 e 11/05/2009, por ocasião do Seminário Nacional Diversidade dos Sujeitos e Igualdade de Direito no SUS.:
1. Informes Alessandra Guerra, da ABL resgatou os encaminhamentos da reunião realizada em Belém, durante o Fórum Social Mundial, na qual participaram mais de 100 lésbicas e bissexuais e indicou-se Brasília como sede do Senale. Em seguida, houve reunião em Brasília, na qual definiu-se a impossibilidade de o Senale acontecer no DF. Informou também que Denise, de Porto Velho, participaria virtualmente hoje, via MSN, mas a reunião presencial iniciou-se com muito atraso (aproximadamente 2 horas) e Denise não pode esperar.

Trouxe os informes das lésbicas de Porto Velho sobre a organização do Senale. A comissão organizadora local conseguiu até o momento:

- Hospedagem, alimentação e material a ser utilizado no seminário para 100 pessoas;

- há possibilidade de aumentar este número se for feito uma busca conjunta de recursos, para isso é necessário que tenhamos nítido que o Senale é de todas nós, assim devemos envidar esforços coletivos na busca de recursos, não deixando tudo por conta das companheiras de Porto Velho.

- Que os estados que busquem e consigam passagens que estas sejam distribuídas a partir de critérios construídos nos estados, para que não se exclua as lésbicas e bissexuais com menos acesso a recursos.

- Não é possível hospedagem solidária em função das condições climáticas locais, a hospedagem será apenas em hotel.

- Proposta de divisão das 100 (hospedagens, alimentação e material) pelos Estados: 3 lésbicas/bissexuais por Estado + as convidadas. Questões: - como ampliar este número?- como fazer para nenhuma rede se sentir prejudicada?- necessidade de definição da comissão política.

2. Número de participantes e estruturaEm seguida aos informes abriram as discussões, centradas principalmente na questão do tamanho do Senale, com base na avaliação dos Senales anteriores.Encaminhamentos:

- O VII SENALE deve ter a participação de no mínimo 250 a 300 lésbicas e bissexuais.Ø Que até o final de junho seja repassado para a lista a perspectiva de estrutura e número de participante para que se avalie na lista o que fazer.

- Deverão ser garantidos acessibilidade, interpretes e materiais em braile.

* Devem ser definidos critérios para distribuição das vagas para as participantes.



3. Definição do conceito de SenaleFoi resgatado o conceito do que é e para que queremos o Senale.Definição:O SENALE é um espaço de escuta, de socialização, de troca, de cultura, de convivência e de fortalecimento do movimentos de lésbicas e bissexuais no Brasil, não se constituindo como encontro de redes.O SENALE é o espaço maior de deliberação e de construção de agenda política do movimento de lésbicas e bissexuais.

4. Comissão organizadora e comissão políticaa. Comissão organizadora: constituída de lésbicas e organizações lésbicas do local sede do SENALE que garantirá a estrutura do Senale. b. Comissão Política NacionalA comissão política terá o papel de facilitadora, propositiva, canalizadora para junto com a comissão organizadora local dar direção política ao Senale. - incidir na direção política do Senale- critérios de composição:3 lésbicas/bissexuais por Rede Nacional3 lésbicas/bissexuais autônomas/ que não estão em nenhuma rede.Buscar assegurar nas indicações para compor a comissão política nacional a diversidade (geracional, étnica/racial, deficiência, entre outras), e pessoas que tenham experiências em organização de SENALES anteriores.critériosétnico racial, geracional, acessibilidadeindicação de que na comissão organizadora estejam pessoas que já organizaram o senale Observações:A metodologia será definida após a definição do número de participantes.Data: 05 a 08 de dezembro de 2009 Lista de Presença (09/05/2009):

Nome Organização E-mail

1. Carmen Lucia LuizLBL/SCcarmenlucialuiz@uol.com.br

2. Lurdinha RodriguesLBL/SPlurodrigues@uol.com.br

3. Virginia NunesLilás / LBL/BAvirginialilas@yahoo.com.br

4. Cris SimõesABL / D’ellas/RJcrissimoes2002@yahoo.com.br

5. Alessandra GuerraLAMCE / ABL/CEaleguerradesigner@gmail.com

6. Claudia MatosGAMI / LBL/RNclaudiaeleide@hotmail.com

7. Lucelia MacedoABL / Mesclaludimacedo77@gmail.com

8. Silvana ContiLBL/RSsilvanaconti@uol.com.br

9. Ariane MeirelesLBL/ESarianemeireles@hotmail.com

10. Rosangela PimentaLBL/PErosangelapimenta@yahoo.com.br

11. Roseli Macedo SilvaCANDACES / RNroseli.candaces@yahoo.com.br

12. Leda RegoLEMA / MAledarego1@yahoo.com.br

13. Goretti GomesLBL / RNgamirn@hotmail.com

14. Janice Alves RodriguesABL / MAgrupoflordebacaba@yahoo.com.br

15. Edinalva dos Santos MonteiroMovimento de Lésbicas de Sergipe /mailto:ABLedynalvamonteiro@hotmail.com

16. Maria Fátima SilvaCANDACESmariafatimas@hotmail.com

17. Rosangela Castro zangecastro@yahoo.com.br

18. Edna Bordon LopesCANDACES Br / MSednalopes2001@yahoo.com.br

19. Laurilene Alvim LageCANDACES Br / RS

20. Veronica LourençoCANDACES/LBL / PBnegravera_omim@yahoo.com.br

21. Roselaine DiasLBL / RSroselainesilva.silva@yahoo.com.br

22. Rosangela Balbino da SilvaLBL / RNrorobalbino@hotmail.com

23. Fabiana FrancoLBL / BAfabianadacruzfranco@gmail.com

24. Rivania Rodrigues CANDACESrivania2007@gmail.com

25. Cintia Clara Ferreira da SilvaCANDACESCintiaclara_10@yahoo.com.br

26. Carmen Lucia RibeiroCANDACES / PIdenovopratu@yahoo.com.br

27. Marta AlmeidaCANDACESmartaalmeidafilha@hotmail.com

28. Sonia MoraesEstruturaçãosecretariageral@estruturacao.org.br

29. Maria José VenturaLBL / PIventuramazer@hotmail.com

30. Cinthia F. Gomes cinthia.fernanda@gmail.com

31. Adneuse TarginoLBL / PBaditargino2005@yahoo.com.br

32. Marylucia Mesquita PalmeiraLBL / CEmarymesquita@gmail.com




Continuação da reunião sobre VII SenaleBrasília – 11/05/2009

Neste dia nos reunimos apenas para ler e aprovar o relato da reunião para encaminhá-lo à lista Senale. Mas em função da chegada de novas companheiras, incluindo a companheira Denise Limeira, do Grupo Tucuxi, abrimos para o debate e propostas com base nos informes trazidos por Denise. Propostas:

1. Criar a comissão de mobilização do Senale nos estados de forma a garantir a participação mais ampla possível e facilitar a efetivação dos critérios para a seleção de bolsas.

2. Criar a comissão de comunicação do Senale com o papel de contribuir com a circulação e divulgação das informações de forma ágil; articular e garantir o material de divulgação e comunicação do Senale.

3. A comissão política nacional junto com a comissão organizadora local será a responsável pela seleção de bolsas para distribuição aos estados seguindo critérios estabelecidos. Nenhuma rede deverá ter privilégios em relação a passagens.

4. Realizar um pacto de solidariedade entre as 3 redes nacionais de lésbicas e bissexuais e outras redes presentes, considerando também as lésbicas autônomas que não estão em nenhuma rede. O objetivo é garantir que nenhuma rede, grupo, ou lésbica autônoma seja prejudicada ou privilegiada em relação as condições de participação no Senale. Foi marcada reunião para a tarde do dia de hoje, 11/05/2009.

Lista de Presença (09/05/2009):

Nome Organização E-mail1.

Goretti GomesGAMI / RNgamirn@hotmail.com

2. Janice Alves RodriguesGrupo Flor de Bacaba / MAgrupoflordebacaba@yahoo.com.br

3. Carmen Lucia LuizLBL/SCcarmenlucialuiz@uol.com.br

4. Rita TeixeiraABL / BAritateixeira@rocketmail.com

5. Roza BahiaRede Afronegonassa@yahoo.com.br

6. Claudia MatosLBL / GAMI / RNclaudiaeleide@hotmail.com

7. Denise LimeiraTucuxidenitucuxi@yahoo.com.br

8. Leda RegoABL / MAledarego1@yahoo.com.br

9. Alessandra GuerraABL/CEaleguerradesigner@gmail.com

10. Rosangela PimentaLBL/PErosangelapimenta@yahoo.com.br

11. Silvana ContiLBL/RSsilvanaconti@uol.com.br

12. Adneuse TarginoLBL / PBaditargino2005@yahoo.com.br

13. Helena Hartkede OliveiraLBL / RShhartke@superig.com.br

14. Roselaine DiasLBL / RSroselainesilva.silva@yahoo.com.br

15. Maria José VenturaLBL / PIventuramazer@hotmail.com

16. Cris SimõesD’ellas / ABL / RJcrissimoes2002@yahoo.com.br

17. Veronica LourençoLBL / PBnegravera_omim@yahoo.com.br

18. Carmen Lucia RibeiroLBL / PIdenovopratu@yahoo.com.br

19. Cintia Clara Ferreira da SilvaCANDACESCintiaclara_10@yahoo.com.br

20. Roseli Macedo SilvaCANDACES / RNroseli.candaces@yahoo.com.br

21. Edna Bordon LopesCANDACES-br / MSednalopes2001@yahoo.com.br

22. Laurilene Alvim LageCANDACES BR / RS

23. Yone LindgrenD’ELLAS / ABL /ABGLTyonelindgren@yahoo.com.br24. Rivania Rodrigues CANDACES-BR / PErivania2007@gmail.com

Novidades do movimento LGBT em ambito nacional

Estar em brasília, fazendo movimentação pró cidadania LGBT e articulando o SENALE foi ótimo!



Primeiro estive no seminário Direitos humanos e diversidade sexual de Adolescentes, promovido pelo CEDECA-DF. Esta foi a primeira vez no Brasil que o movimento da criança e do adolescente chama oficialmente o movimento LGBT para debater e propor iniciativas para a afirmação dos direitos sexuais de crianças e adolescentes e propor estratégias contra a violação dos direitos sexuais de adolescentes LGBT.


O seminário foi maravilhoso. fiz uma fala na mesa de debate: Um olhar do movimento LGBT sobre a violação dos direitos humanos de crianças e adolescentes, e na minha fala expus além das violências cometidas contra os adolescentes (ex.expulsão de casa, mals tratos, violências) o resultado das oficinas do LAMCE sobre a temática da exploração sexual, e também um pouco do esforço que estamos fazendo pra levar essa discussão pro movimento LGBT, no pré congresso de enfrentamento a exploração sexual no III congresso da ABGLT e outros momentos. O Renato Roseno também fez uma fala, sobre marco-legal e depois debatemos o PLC 122. foi massa! Também tivemos falas da Fernanda Bevenutti, da Bruna, travesti adolescente que conheci nos processos do III Congresso Mundial de enfrentamento a exploração sexual de crianças e adolescentes, do Toni Reis, da Fernada Bevenutti, de Caio Varela e Beto de Jesus.


Deste seminário, construímos um documento, que assim que tiver em mãos, socializo para vcs.


Depois começou o Seminário do Ministério da Saúde sobre diversidade dos sujeitos e igualdade de direitos no SUS. confiram o vídeo que passou, na hora de entoar o hino, na abertura...




Ache outros vídeos como este em ABL - Articulação Brasileira de Lésbicas



Este evento, é pra discutir as especificidades de diversas populações além de LGBT: Ciganos, moradores de rua, pupulação de terreiro, povos da floresta, etc..


Dividi um quarto do hotel Phenícia, com Mãe Omim, mãe de santo do Rio Grande do Sul, foi uma experiencia maravilhosa. encaminho depois a carta LGBT que saiu do seminário.


Em dado momento deste seminário, dia 9 + específicamente, dei uma escapada (ui) para comparecer na Marcha da Maconha, em Brasília. Foi massa, quando grítavamsos para polícia: "Polícia, Polícia... maconha é uma delícia!"


O mais interessante do seminário, no entanto, foi a nossa aproximação com a LBL e o Candaces (rede de lésbicas negras) pra discussão do SENALE. nossa.... não tenho nem palavras pra descrever o que foi isso!


Depois repasso o relatório das reuniões...


depois tivemos o seminário de advocay do projeto aliadas. abaixo algumas fotos de nossas ações....



Vários estados fizeram apresentação de power point, sobre as ações de advocacy local. tenho a apresentação de todos salvas, se alguém desejar deixe um recado, ok?


Na programação também discutimos o atuação da ABGLT no executivo, tivemos a presença de 10 ministérios, marquei uma reunião com o ministério do turismo, para discutirmos a questão da exploração sexual LBGT e do tráfico de travestis.


Dentro da discussão do legislativo, com a Fátima Cleide, deliberamos que vamos infelizmente ter que FAZER UM SUBSTITUTIVO PARA O PLC 122, pois o projeto do jeito que está não será aprovado na comissão de constituição e justiça, pois o mesmo tem erros alguns erros, que estão impedindo que alguns senadores se posicionem a favor. Para dar encaminhamento a essa decisão, foi criado um grupo de trabalho, com representantes da ABGLT, ABL, ANTRA, E-JOVEM, REDE AFRO LGBT e representantes da frente parlamentar LGBT para elaborar um novo projeto.


O Deputado José Genoíno PT/SP falou sobre o novo projeto de lei que substitui o projeto da marta suplicy sobre união estável.


Também discutimos o advocacy no poder judiciário e foi ótimo.


Ao contrário dos outros seminários anteriores, esse teve uma ampla participação femininina, e muita participação de lésbicas.


Aproveitando Brasília, fiz visita aos acessores de nossos 3 senadores cearenses: Inacio, Patrícia saboya e Tasso Jereissate , convidando-os para participar do seminário LGBT no congresso nacional.


O seminário no congresso nacional, lotou a plenária 3 do anexo 2 da camara e ainda utilizou outra plenária com transmissão ao vivo em telão.Vários parlamentares compareceram, inclusive um idiota homofóbico, Paes de Lira (PTC-SP), que substitui o clodovil na camara, que provocou a revolta geral da galera....depois fizemos um ato em frente ao congresso nacional:





Depois disso, teve no Itamaraty o lançamento do plano nacional de políticas para LGBT.



Paulo Vanucchi, ministro da SEDH fez uma bela fala no lançamento e vários parlamentares se comprometeram com R$ para colocar o plano em prática....

Bom, é +ou - isso, quem quiser saber alguma cosa, é só perguntar que eu conto, quer dizer, só se você for aliado, rss

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Gostinho de SENALE

Deixa a gente com água na boca pra próxima edição....



quarta-feira, 8 de abril de 2009

segunda-feira, 6 de abril de 2009


Let me see se apre(e)ndi
A língua da mulher gay
Deixe-me ver se (ab)sorvi
tal do verbo to say:
Seio you, seio me, seio we
Lesbecause let me see
Em junho tem happy day


Por causa das lesbianas
Agora sou poliglota
Lésbicas ou pubianas
Já não as acho idiotas
Os lábios roçam as bocas
As bocas parecem loucas
Sedentas, mudam de rotas


Por causa das lesbianas
Surge a visibilidade
Algumas moças insanas
Se exibem com vaidade
Fazem manifestação
Mostram peito e coração
Se alastram pela cidade


Por causa das lesbianas
s feministas ampliam
A pauta das veteranas
Sussurram, berram e miam
izem “mulher com mulher”
E já não dá jacaré
Como muitos presumiam


Por causa das lesbianas
As línguas se entrelaçam
As bocas se chamam xanas
As xanas se chamam rachas

As rachas se chamam girls
Garotas chupam freegels
Free girls chupam muchachas


Por causa das lesbianas
Na ponta da lingua vem
Umas palavras sacanas
E um jeito de querer bem
Um dedo de prosa boa
Uma mão boba, à toa
Que move como ninguém


Por causa das lesbianas
É feita a tal discussão
Se Marias vão com Anãs
Por que chamar sapatão?
Preconceito dê no pé!!
O chato é ter chulé
Amor não faz calo, não


Por causa das lesbianas
A luta por igualdade
Impõe teses mais humanas
Requer a diversidade
Só a sociedade viva
Não hetero-normativa
Permite a felicidade


Por causa das lesbianas
Fala-se de peito aberto
Bonecas de porcelana
Não se pode ver de perto
Quanta historia mal contada
Quanta mulher mal amada
Por causa “do jeito certo”


Por causa das lesbianas
La vulva! Esquerda! Volver!
Enganam-nos qual iguanas
Estranha e dócil: por quê?
“Tímida e espalhafatosa”
Exposta e misteriosa
Na seca aprende a chover


Por causa das lesbianas
Minh’arte usa outro tom
Qual as culturas ciganas
Que exibem múltiplo som
Profanamente sagradas
Linguagens são agregadas
Colando lábio e batom


Por causa das lesbianas
Nem só a cultura é oral
Abaixo as falas tiranas
“Pedra é pedra, pau é pau”
Não “é o fim do caminho”
Lesco-lesco e roçadinho
Sugerem outro final


Por causa das lesbianas
As “águas de março” vêm
Lavadas pelas baianas
Do jeito que só faz bem
No oito do mês de festa
Abra-se mais que uma fresta
Pra Ela falar também


Por causa das lesbianas
Escrevo mais um cordel
Dedicado às Fulanas
Com registro em papel
Exorto-as a amar
Bem como a comemorar
A vida embaixo do Céu


Em face da Lesbecause
Falo em direitos iguais
Não só pra mexer no mouse
(Mas pra fazer muito mais)
É que se fez nossa mão
Nossa boca e coração
Nossa língua e nossos ais


Em nome da causa delas
Façamos uma Parada
Pra expor nas janelas
Em letras arroxeadas:
Nenhum direito a mais!
A menos também jamais!
Esta é a grande sacada!




Uau ela se garante demais, fala sério.... Salete Maria é daqui do Ceará. Ela é de Juazeiro, terra do padrinho ciço. advogada e pofessora da URCA. Quem quiser saber mais, ou ler coisas espetacularmente maravilhosas que ela escreve: http://cordelirando.blogspot.com/

quarta-feira, 1 de abril de 2009

LESBIANIDADE




Nossa sociedade tem como base a heterossexualidade obrigatória. O que significa isso? Significa que desde que nascemos somos criados para o sexo oposto. A menina é ensinada a ser atraente, cozinhar e ser boa mãe e esposa. O menino é ensinado a ser forte e corajoso para sempre proteger e prover sua esposa e filhos. Tudo parece muito lindo e romântico, como um bom filme de Hollywood, e é desta forma que a sociedade segue. Mas, é justamente por causa dessa norma social que nos é passada pelos nossos pais e que nós, sem nos questionar, passamos para os nossos filhos, que está à causa da maioria dos problemas da nossa sociedade atual.
Além de legitimar a maior parte das desigualdades sociais entre os sexos, tais como a diferença de salários entre homens e mulheres, a menor participação política feminina, a violência tão grande e comum que é praticada contra as mulheres, essa norma social ainda exclui a possibilidade de haver relacionamentos afetivos e sexuais entre as pessoas do mesmo sexo, invisibilizando as relações lésbicas, por exemplo.
Segundo a Fundação Perceu Abramo em recente pesquisa, 92% dos Brasileiros são de alguma forma preconceituosos com as mulheres lésbicas. O problema disso é que o preconceito facilmente se transforma em descriminação fazendo com que além de violência psicológica na família, nas escolas e no trabalho, as mulheres lésbicas muitas vezes sofram violência física e até mesmo assassinatos, como mostra uma pesquisa realizada pelo GRAB (Grupo de Resistência Asa Branca) que dentre os assassinatos ocorridos no Ceará, nos últimos anos, contra pessoas homossexuais, há maior incidência de violência contra as mulheres lésbicas do que contra as travestis, população historicamente discriminada e que sofre a maior parte da violência homofóbica em todo o mundo.
Além disso, há a invisibilidade nas políticas públicas, fazendo com que, dezenas de direitos comuns a pessoas heterossexuais sejam negados as pessoas homossexuais ou que não existam métodos eficazes de prevenção de DST entre as mulheres que fazem sexo com mulheres.
Devemos todas e todas juntos lutarmos contra todas as formas de preconceitos, sejam elas por gênero, raça ou orientação sexual e unirmos grande força para juntos acabarmos com toda norma social que aprisiona e nos limita para construirmos um mundo mais igualitário e justo para todas as pessoas.


Alessandra Guerra
LAMCE
Coordenadora colegiada
(Texto para fábrica de imagens)

quarta-feira, 18 de março de 2009

II Seminário Brasileiro contra o Racismo Ambiental - divulgando

II Seminário Brasileiro contra o Racismo Ambiental
Racismo Ambiental - disputa pelo território e capitalismo; desenvolvimento para quê e para quem?


Data: 23 a 25 de Março de 2009
Local: UFC- Faculdade de Direito
Realização: GT de Combate ao Racismo Ambiental/RBJA


Chamamos de Racismo Ambiental às injustiças sociais e ambientais que recaem de forma implacável sobre grupos étnicos vulneráveis e outras comunidades, discriminadas por sua origem ou cor”.

23 de Março
Local: Faculdade de Direito
8:30 - Acolhida dos participantes
9:00 - Abertura e boas vindas
10:00 - Painel I - Racismo Ambiental, disputa pelo território e modelo de desenvolvimento nos marcos do capitalismo.
11:30 - Debate
12:30 - Almoço
14:00 - Painel II - Colonialismo, luta pelo território, racismo e conflitos socioambientais no Brasil
16:00 - Debates
17:00 - Intervalo e lançamento de livros
17:30 - Encerramento do dia - Exposição de fotos em data-show: Quebradeiras de coco e Favela de Parelheiros/SP, de Telma Monteiro

24 de Março
Local: Faculdade de Direito

8:30h - Acolhida dos participantes
9:00h - Painel III – Racismo Ambiental e conflitos urbanos no Brasi
11:00 - Construção e reflexão coletiva de Mapa dos conflitos Socioambientais no Brasil no Marco das políticas macroeconômicas.
12:30 - Almoço
14:00 - Painel IV: Limites e Desafios para os sujeitos sociais no enfrentamento do racismo ambiental
15:30 - lanche
16:00 - Debate
17:00 - Ato público nos arredores da universidade

25 de Março
Local: São Gonçalo do Amarante e Caucaia

7:00 - Visita aos Anacé no Pecém
13:30 - Socialização de impressões da visita
14:00 - Painel V: Desenvolvimento como, para quê e para quem: Racismo Ambiental e alternativas de resistência
15:30 - lanche
16:00 - Trabalho em grupos: Construção de estratégias coletivas de enfrentamento
17:00 - Plenária de apresentação dos relatórios dos grupos e aprovação do documento final do Seminário

terça-feira, 17 de março de 2009

terça-feira, 10 de março de 2009

Ainda FSM Festa na Casa Feminista e diálogos interessantes

Saindo da oficina totalmente pesada (pesada no sentindo de densa) feita pelas minas da sapataria, só uma boa festa pra anuviar nossas cabeças...
Saímos de lá, e fomos pra Casa Feminista, onde ia rolar uma festa...
A festa começou tímida, mas aos poucos.. uhhh
Estávamos cantando e dançando feito doidas. A festa era aberta, para convidadas e convidados, a Déia foi, a Ludmila, a Dani e todas nós supermaras que já estávamos hospedadas na casa.
Fumei um, e dancei como tava precisando desde o meu aniversário, que foi massa, mas deixou a desejar, pelo menos que eu esperava para um aniversário "belemense", rs.
Aí deu 2hrs da madruga e simplesmente o som parou!


-parou? como assim???
-é que ficou acertado, que 2hrs o som ia parar pro povo dormir...
-Dormir??? dormir nãooo



Aí vai a Luds, toda empoderada conversar com o Dj (cara, ela se garante d+, paguei muito pau pra ela), e descobriu que de lá, ele ia fazer o som num bar chamado Café Imaginário, e ainda descolou 4 free pra gente entrar!


-aêêê guria!


Bora pro café imaginário! nós e uma renca que não tava afim de dormir na Casa Feminista (juro que não achei nenhuma foto do lugar, mas é lindo... serve como galeria de arte também.
Eu não tinha grana pra beber, e fiquei muito doida, com cerveja que a luds conseguia não sei como, rss.
Dançamos e nos divertimos muito até as 6hrs da manhã. quando a gente ia sair, tinha uns carinhas lá fora e começaram com gracinha pra cima de mim.
se liga no dialogo:


-e aí mina, vc é gatinha
-é? pena que não sou pro seu bico, ?
- não... vem cá.... ( e me puxa)
- se liga cara, não encosta não.
-não gatinha, vêm cá...
-Cara, para de encostar! vc não se enxerga não???
-lógico que não, por isso é que eu uso óculos.
- não seja por isso bem...
então peguei o óculos dele e com uma mão só, amassei ele todinho (gente nunca vi óculos tão frágil!), aí com os óculos amassados na mão, não tinha + nada a fazer. taquei ele no chão e saí andando (é jogar no chão não foi a melhor coisa a fazer, mas eu tava um tanto embriagada, vc me dá um desconto, ? ).
Entramos num táxi e saímos fora

Chegando na casa feminista...
uma galera dormindo ainda
outra galera tomando banho pra ir pras universidades.
e nós, ainda no pique..

-vamos tomar só + uma cerveja na padaria?
-bora!
E aí fomos... eu, ludmila, novinha, e quem mesmo +? nem lembro, já tava meio passada... rs
e lá ficamos até as 10hrs da matina, na melhor discussão política que tive em todo o fórum social mundial! Sério... não é brincadeira não...
Cresci muitíssimo com a discussão que nós 3 tivemos naquela mesa na padaria.
Não lembro + quem tava lá, mas lembro exatamente tudo o que discutimos e acho que nunca vou esquecer....

+ sobre o FSM e patriarcado

Depois da reunião do SENALE, me juntei com as meninas lindas da sapataria (DAni marques e Ludmila), + a Nalva de Sergipe e uma amiga dela do MOLS e fomos pra UFRA, pra oficina da Sapataria.
Pra chegarmos lá, resolvemos pegar o barco que estava fazendo o translado entre as duas universidades. (barquinho fazendo o translado)

(Caminho do rio até a UFRA)

Chegamos na Aldeia da paz, a oficina foi na Tenda das Deusas, um espaço sagrado onde só entravam mulheres.
A oficina tinha como proposta o tema violência entre mulheres e aplicação da Lei Maria da Penha, mas assim que a oficina começou, o quadro foi outro.
Todas as mulheres começaram a relatar casos de violência: estupros, abusos, etc...
Foi Phoda.
Parece que todas as mulheres que estavam lá (12 no total) tinha algum relato de violência pra contar! que mundo é esse que vivemos?
será que ninguém percebe como o patriarcado é phoda? será que ninguém, além da gente tá afim de fazer alguma coisa pra mudar isso?
Aí leio algumas coisas idiotas por aí...
sobre ser contra organização...
"Eu me desorganizando eu posso me organizar"... aff...
acho isso muito sem noção.. como posso mudar alguma coisa sem me organizar, sem juntar com outras pessoas que pensam igual e fazer algo pra mudar? será que a minha existência discordante é suficiente pra fazer alguma coisa???

+ sobre o FSM e sobre o SENALE

No dia 30, logo de manhã, a LBL (Liga Brasileira de Lésbicas), tinha uma oficina marcada para falar sobre Feminismo e Lesbianidade também. Mas, elas abriram mão da oficina, para rolar um dialogo sobre o SENALE (Seminário Nacional de Lésbicas). O problema é que conforme definido no ultimo SENALE, a próxima edição aconteceria em Brasilia, só que as mulheres da Coturno de Vênus sinalizaram que não seria + possível realizar por lá.
Então a ideia da reunião era um inicio de discussão não deliberativa sobre o que fazer com o SENALE.
Mas antes de começar, rolou uma super seção de massagem coletiva, que foi ultraboa e ultranecessária, pq não havia um ser em Belém do Pará que não estivesse totalmente quebrado, rs. Foi muito massa a troca de energias.
Depois disso, rolou uma apresentação muito massa, onde fizemos um corredor de carinhos, onde quem passava, ia se apresentando e recebendo carinhos de quem formava o corredor. bom que soh...
Quando a reunião começou, foi falado um pouco sobre a história dos senales. A carta da Coturno, sinalizando que não rolaria mais em brasília também foi passada par todas e todos presentes e também uma carta da Irina Bacci do Coletivo Feminista de Mulheres da ABGLT (que eu faço parte) dizendo que o Coletivo apoiaria brasília ou Porto Velho, conforme deliberado como segunda opção na ultima edição do seminário.
Eu estava lá como ABL (Articulação Brasileira de Lésbicas), e coloquei o que a gente tinha discutido....Como BSB se retirou, é melhor ser em Porto Velho... pq? pq nunca houve SENALE na região Norte (e isso ia ajudar d+ o movimento por lá), pq o grupo Tucuxi está disposto a arrecadar recursos e realizar o senale, pq foi deliberado e ponto.Mas parece que a ideia não foi muito popular....As mulheres queriam Brasília.
Eu tb oras, é Brasília que não quer!

Mas tinha moças de Brasília na reunião que não são da Coturno de Vênus, e sim da Sapataria - Coletivo de Lésbicas e Bissexuais do DF. E essas moças ficaram de levar a discussão pra lá, e dar uma resposta depois.
Passado o Fórum, resposta já veio. não vai rolar....
Então... bora pra Rondônia?

sexta-feira, 6 de março de 2009


É... eu sei, já faz + de um mês....

Mas é isso. até que enfim tomei vergonha na cara e resolvi fazer um blog. afinal tantas experiências supermassas que tenho, participando tão ativamente dos movimentos sociais (lésbico, lgbts, feminista, jovem...), que eu não posso simplesmente guardar tudo pra mim, ou falar só em mesas de bar, ou vez por outra em palestras ou coisas do tipo. Além do mais, todas as coisas que discuto, que aprendo tento assimilar e colocar em prática na minha vida, e essas experiências, quero compartilhar....

Portanto segue um extenso relato sobre minha experiência pessoal no FSM2009...ok?
Será que alguém vai ter alguma espécie de saco, pra me ler até o fim? se vc conseguir... não deixe de comentar, pois vou virar sua fã. rss
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14:30h viagem iniciada. previsão de 28 horas de viagem. fortaleza-belém.
Galera muito animada no busão. cachaça, vinho, cerveja, risadas, fotos. ônibus só de mulheres, patrocinado pela AMB. a maioria mulheres que eu amo. nós (8) do LAMCE (Liberdade do Amor entre Mulheres no Ceará), o Fórum Cearense de Mulheres, Inegra, APROCE, e outros movimentos super massa. tá, tinha umas senhoras um tanto..... ortodoxas, mas no geral, todo mundo muito blz. lá pras tantas da madruga, mulheres embriagadas, acabaram todas dormindo. eu não bebi, me recuperando de uma infecção intestinal dias antes...
viagem totalmente de boa, fumamos uns na estrada, massa.
Enfim, chegamos! Recepção acalorada, batucada na Casa Feminista!

(Batucada e fachada da casa feminista)

Assim que chegamos, ocupamos um quarto, ou melhor sala de aula, 14 mulheres no quarto. 400 mulheres na Casa Feminista. o quarto, ficou super massa, das 14, só 3 não eram jovens. das 14 só 3 não eram lésbicas nem bissexuais. Revi pessoas queridas. dessas que a gente só vê de vez em nunca quando rola um encontro por aí. Fui conhecer o banheiro, tava doida pra tomar um banho (confesso não consegui tomar banho naqueles banheiros de beira de estrada), e surpresa.... chuveiros sem porta....
vamos lá! exercício naturalista.
Saímos pra comer na padaria da frente. massa, bairro bom de belém, tudo muito perto e fácil.
Depois que voltamos, tivemos uma plenária de boas vindas, foi massa.
Dormi que foi uma beleza, muito cansada da viagem, os ônibus de viagem definitivamente não foram feitos pra quem tem + de 1,70mts. As meninas no quarto ficaram curtindo, eu não ouvi nada, capotei mesmo...
No outro dia o trampo começou cedo. Nos dividimos em grupos 3 grandes grupos de + ou - cem mulheres. o objetivo era ensaiar a intervenção da AMB nos 3 grandes palcos que fizeram o primeiro dia da programação do FSM.
Fiquei no palco 2. Ensaiamos 2 intervenções. ficou muito massa!
A tarde, fomos todas pra marcha de abertura. As ruas estavão super congestionadas, acho que belém nunca viu tanto ônibus. impossível chegar. resolvi descer do ônibus e ir a pé. na hora que pisei na rua, uma chuva fenomenal (como só em belém tem) me pegou de surpresa. estava com um milheiro de papel na mão, e quase tudo se espatifou no chão com tanta chuva. corri e voltei pro ônibus, rs.
A marcha foi tudodebom.com.br!
Talvez, uma das caminhadas + bonitas que participei!
(Dione do LAMCE com nossa bandeira, eu lá no fundo)

(intervenção das Loucas de Pedra Lilás - PE)

(Lu, lésbica feminista da Guatemala)

(Standart da AMB - Articulação de Mulheres Brasileiras)

A chuva truando e nós todas e todos super empolgados, gritando e mostrando nossas bandeiras. Sorri e vi sorrisos raros, sorriso de gente sofrida, mas de gente que luta. luta e fica feliz quando vê outras e outros iguais, também lutando. é muito massa!
Aprendi vários gritos:
Feministas contra o machismo
Feministas contra o capital
Feministas contra o racismo
Contra o Terrorismo Neoliberal!
------------------------------
A nossa luta
é todo dia
contra o racismo
e a lesbofobia!
-------------------------------
A nossa luta é por respeito
mulher não é
só bunda e peito!
-------------------------------
A nossa luta é todo dia
somos mulheres
e não mercadorias!
-----------------------------
Se o papa fosse mulher
o aborto seria legal
seria legal e seguro
seria legal e seguro
------------------------------
Direito ao nosso corpo
Legalizar o aborto
-------------------------
Alerta, Alerta, Alerta
que caminha
A luta feminista
na américa latina!
-----------------------
Tirem seus rosários
de nossos ovários!
------------------

O corpo é meu
não se maltrata
não se viola

não se mata!
-----------------
Gritei muito, peguei o megafone da AMB e passei a marcha toda berrando.. rss
Bebi muito (será isso um problema? acho que não... posso beber a vontade que no outro dia estou de pé, pronta pra o que der e vier), fumei um (resistência!) e fiquei pirada.
Várias bandeiras, várias lutas. povos indigenas, povos da amazônia, sertenejos, mulheres de vários movimentos: MST, Juventude, Negras, ....

A marcha realmente foi massa d+!

Acabando a marcha, estava voltando pra Casa com a Priscila "Chavão" (Loucas da Pedra Lilás - PE), mas ainda estavamos no maior pick de continuar....
acabamos voltando.

Andamos tentando achar um rosto conhecido e nada.... até que....
- Dayana! (Danda de Brasilia, do movimento de meninos e meninas de rua, que eu e a chavão conhecemos no Rio de Janeiro, no III Congresso Mundial de Enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes) e aí guria! que saudade!

Ela nos contou que tava desesperada, pq estava com a Déia (AêÊêê sapa satanás), da Coturno de Vênus - Associação Lésbica Feminista de brasília, e que ela tinha saído com a chave da barraca dela e a pulseira de entrar no acampamento da juventude (onde elas estavam acampadas), pra pegar alguma coisa e elas tinham marcado de se encontrar ali, onde ela estava naquela momento, só que o problema é que faziam umas 3 horas, e ela não podia ir pro acampamento pq ela não ia conseguir entrar sem pulseira, e mesmo se entrasse não ia adiantar nada, pq a chave da barraca estava com a andréia, e tb que não podia ir pra lá e simplesmente desistir da Andréia, pq todas as coisas da andréia estavam dentro da barraca dela. (ufa).

Então depois de esperar mais um montão a andréia e nada, tentamos convence-la e conseguimos a ir pra Casa Feminista com a gente. Qd estavamos indo pra lá, encontramos toda a galera do nosso quarto indo pro acampamento da juventude, que ficava na UFRA, pra tentar entrar. resolvemos ir junto. tudo é festa mesmo, rs.
Chegamos. não consuimos entrar logo, inventamos desculpas, que perdemos pulseira, que não acharam nossa inscrição.... e nada de deixarem a gente entar. tentamos de outra forma. nada. até que conseguimos entrar só pra verificar no computador. enquanto menos a organização esperava... puf.

todas nós dentro do acampamento!!!!
(Aldeia da paz)

Corremos pra Barraca da Danda. quando chegamos lá, a sátanas da Andréia estava lá! nos abraços muito (gosto dessa guria pra caralho!!!!) e fizemos a maior festa. acampamento da juventude era muito massa! Muitas barracas mesmo! muita gente doida! todo mundo curtindo, fumando, bebendo, dançando! Várias manifestações culturais e políticas. um espaço muito plural! fiquei encantada. muito encantada mesmooooo. saímos pra andar pelo acampamento. entramos na aldeia da paz, um espaço de experimentação de outro mundo. gente muito alternativa, a maioria vegetariana (engraçado que depois que comecei a evitar consumir carne, conheci muita gente q faz o mesmo), totalmente de boa e na paz...
(Galera que questiona o visual)

(Celebração na Aldeia da paz)

Conhecemos uma galera que estava fazendo uma fogueira e cozinhando algum vegetal pra comer. tomamos um pouco de cachaça, trocamos energias, demos risada e saímos fora. Quando estavamos voltando deu 00:00 do dia 28. meu aniversário! Fizemos a maior festa e pulamos abraçadas feito doidas dentro da UFRA. foi muito bom! Encontramos uma marcha. uma marcha muito louca, que ao invés de gritos políticos cantava marchinhas de carnaval e musicas que a juventude sabe canta. resolvemos seguir. cantamos e pulamos um monte. mas estavamos cansadas d+.

Resolvemos voltar pro acampamento. antes passamos no chuveiro e resolvi fazer + um exercício naturalista, rs. Caramba, que água maravilhosa que sai dos chuveiros em Belém do Pará! não dá vontade de sair nunca do chuveiro! ainda curtimos pakas. comi brigadeiro de maconha, conheci gente muito massa.

Na hora de dormir 4 pessoas numa barraca pra 2, que ainda estava lotadíssima de caixas e malas. foi sufoco, mas momentos como esses são tão raros q a gente nem precisa dormir tanto assim.

No outro dia, eu e chavão acordamos bem cedo. era dia da intervenção nos palcos.

-Nossa priscila, e agora, como sai dessa universidade?
-É por ali, tenho certeza.
andamos como condenadas, que universidade gigante! mas tinha algo errado. perguntei pro policial...
-e aí? onde é a saída?
-é pra lá, na direção oposta!
-caraca chavão pirada! rss! nunca conheci alguém mais avoada que eu mesma!

Voltamos tudo. quando estavamos voltando encontrei quem?
-Suzane! (uma das minha melhores amigas) como assim suzane? o que cÊ tá fazendo aqui doida? eu saí de fortaleza e vc tava lá e num vinha pro fórum!
mas foi, e tava lá de mala e cuia, tinha acabado de chegar! muito massa! ela foi pra outro canto. ela canta numa banda que tocou no fórum o Maracatu Vigna Vulgaris, e foi ficar junto com essa galera.

Seguimos para nossa atividade.
Muitas mulheres juntas, todas com o chapeuzinho da AMB (depois saíria no jornal... "AMB lança moda do FSM!", acreditam?). fiz tererê nuns cabelos e ficamos aguardando a hora na nossa primeira intervenção. foi massa. subi no palco, segurando uma pipa enerme, representando a liberdade das mulheres, e lá em baixo, as loucas de pedra lilás puxavam o toré:

José, José, prepara teu café,
João, João, cozinha teu feijão,
Oh Zeca, oh Zeca, lava tuas cuecas
-----
Ernesto, Ernesto, aprende a fazer sexo
Zequinha, Zequinha, só com camisinha
Tião, Tião, com violência NÃO!
-------
Simone, Simone,bota a boca no trombone
Cristina, Cristina,olha tua vagina
Mulher, Mulher
seja o que quizer!!!

Foi muito massa! fomos filmada, fotografadas e muito visibilizadas!

Nesse dia encontrei a Tita. militante de Alogas, que admiro pra caramba. foi legal. fumamos um, colocamos a conversa em dia. Encontrei também muitas lésbicas do movimento nacional. foi bom, fizemos o convite pra oficina que nós do LAMCE iamos fazer sobre Feminismo e Lesbianidade na UFPA.

Depois fizemos outra intervenção, contra a criminalização das mulheres que praticam aborto. todas nós levantamos faixas, e chocamos muito gente careta que tava lá. inclusive uma freira.

Era meu aniversário. no começo estava feliz, mas depois dos atos, fiquei tão triste! ia ter show do Seu jorge, outro do Teatro Mágico e eu não tava mais a fim de nada. queria estar em casa, queria mesmo. No fim, a galera que não foi pros shows, me convenceu a ir beber em frente ao mercado de São Brás. Acabei indo, bebi e foi massa. acabamos transformando o bar em dancing e dançamos reggae pra caramba. muito legal mesmo.
Dormi cedo, pq estava acabada.

no dia 29, ninguém do LAMCE foi pra UFPA cedo. ficamos na Casa Feminista discutindo sobre a nossa oficina sobre Feminismo e Lesbianidade. foi essencial, para definirmos finalmente todos os detalhes.
as 14:30hs estávamos todas em frente a sala onde ia ser a nossa oficina. a sala estava lotada. não pra nossa oficina, mas pra uma oficina de Teatro do Oprimido. e surpresa.. a oficina ia até as 16:00hs!
-como assim? a nossa oficina está marcada para 15h! tá aqui na programação....
- a nossa é até as 16h, olha aqui na programação....
- não! vai ter uma oficina de bonecas de pano as 15:30h!
- oq? q merda! marcaram diversas oficinas no mesmo horário! e agora???
conseguimos convencer a galera do Teatro do Oprimido, e as 15h a sala tava liberada.

OCUPAMOS

Cadeiras pra dentro, bandeira lésbica estendida, a sala é nossa!
Demos um tempo pro povo chegar e 15:30h a oficina começa.
A Mariana, única bissexual do LAMCE, puxa a dinâmica de apresentação.
A dinâmica era + ou- o seguinte...
Alguém começa... Eu estava andando na floresta (ou qualquer lugar) e vi uma arara (ou um bicho qualquer) e esse bicho era ela ali. Aí a pessoa fala, não.. eu não sou uma arara. sou a fulana e vim de não sei onde, fazer não sei o que...., mas quando eu estava vindo pra cá, passei pelo rio e vi uma lontra, a lontra era ela ali... e assim por diante.

(Galerinha na oficina do LAMCE)

Foi engrassadíssima a dinâmica, e enquanto todo mundo se apresentava chegava mais gente... até entrar 3 garotos na sala, e depois chegar mais meninos. É ia ser uma oficina bem plural mesmo. Alguém ao se apresentar falou: "Estava vindo pra uma oficina de lésbicas e quando eu entro na sala tem uma cobra! o que essa cobra tá fazendo aqui!", rssss. pros meninos se apresentarem.
Tivemos que encerrar a apresentação, sem todo mundo se apresentar, pq estava entrando tanta gente na sala que a gente ia ficar na apresentação até o fim da oficina!
A Maria Angélia, sapa que filma, filmou nossa oficina inteira! na integra! foi massa d+!
Quando terminou a apresentação, eu peguei a palavra. expus que o objetivo da oficina era aproveitar a pluralidade dos sujeitos presentes no fórum pra fazer essa discussão. nós não somos experts no assunto, nem temos diversos artigos científicos publicados. mas sabemos que essa discussão não podia ficar de fora. então tentamos propiciar o espaço pra ela acontecer.
A metodologia foi a seguinte...
Primeiro fazíamos uma pergunta, e havia uma inscrição, no inicio ilimitada, mas que depois tivemos que limitar para 5 pessoas, devido a intensa participação da galera.
Logo no inicio.. pá.
a pergunta era... o que é Feminismo?
aí um dos garotOs....
- Eu queria falar que eu acho que as mulheres, as feministas, não tinham que tentar ficar parecendo homens, que isso é um absurdo, a gente nem sabe as vezes quem é mulher e quem é homem....
E ai uma enxurrada de inscrições.... a questão dele foi ótima, pq fez com que as mulheres feministas tivessem vontade de falar, de esclarecer.

(Andréia Augusta - Militante da Coturno de Vênus)

As questões foram +ou- essas:

*O que é feminismo?
*O que é lesbianidade?
*Se a heterossexualidade obrigatória é um pilar do patriarcado, será que devemos condenar todas as heterossexualidades?
*há possibilidade de um movimento de lésbicas não fazer parte do movimento feminista?
*Por que as mulheres lésbicas deveriam apoiar lutas feministas, que teoricamente não lhe cabem? (como por exemplo a legalização do aborto?)
*Se o espaço familiar é o espaço onde acontece a materialização da maior parte das opressões, pq lutamos tanto por casamento, adoção, inseminação?



Foi muitoooo bom, as pessoas foram extremamente participativas, a discussão rolou de forma respeitosa e construtiva. Acho que muita gente saiu de lá transformado. Um dos meninos, que fazia seminário comentou sobre a ultima pergunta....

"Acho que a gente luta por união estável, pra poder fazer diferente"

Cara, isso foi tão lindo! fiquei realmente muito sensibilizada....
Ver que tem gente querendo fazer diferente, gente que realmente acredita que um outro mundo é possível! Sem patriarcado, sem racismo, sem homofobia!
Ah.. valeu a pena d+ a nossa oficina. e o sentimento depois de tarefa cumprida que se instaurou por todas as meninas do LAMCE....
No total deram umas 80 pessoas, 70 que assinaram a lista, fora umas que entravam e saíram sem assinar. foi d+!
Depois da oficina, nós nos abraçamos....

Esse realmente é o grande LAMCE!

(Final da oficina)