Let me see se apre(e)ndi
A língua da mulher gay
Deixe-me ver se (ab)sorvi
tal do verbo to say:
Seio you, seio me, seio we
Lesbecause let me see
Em junho tem happy day
Por causa das lesbianas
Agora sou poliglota
Lésbicas ou pubianas
Já não as acho idiotas
Os lábios roçam as bocas
As bocas parecem loucas
Sedentas, mudam de rotas
Por causa das lesbianas
Surge a visibilidade
Algumas moças insanas
Se exibem com vaidade
Fazem manifestação
Mostram peito e coração
Se alastram pela cidade
Por causa das lesbianas
s feministas ampliam
A pauta das veteranas
Sussurram, berram e miam
izem “mulher com mulher”
E já não dá jacaré
Como muitos presumiam
Por causa das lesbianas
As línguas se entrelaçam
As bocas se chamam xanas
As xanas se chamam rachas
As rachas se chamam girls
Garotas chupam freegels
Free girls chupam muchachas
Por causa das lesbianas
Na ponta da lingua vem
Umas palavras sacanas
E um jeito de querer bem
Um dedo de prosa boa
Uma mão boba, à toa
Que move como ninguém
Por causa das lesbianas
É feita a tal discussão
Se Marias vão com Anãs
Por que chamar sapatão?
Preconceito dê no pé!!
O chato é ter chulé
Amor não faz calo, não
Por causa das lesbianas
A luta por igualdade
Impõe teses mais humanas
Requer a diversidade
Só a sociedade viva
Não hetero-normativa
Permite a felicidade
Por causa das lesbianas
Fala-se de peito aberto
Bonecas de porcelana
Não se pode ver de perto
Quanta historia mal contada
Quanta mulher mal amada
Por causa “do jeito certo”
Por causa das lesbianas
La vulva! Esquerda! Volver!
Enganam-nos qual iguanas
Estranha e dócil: por quê?
“Tímida e espalhafatosa”
Exposta e misteriosa
Na seca aprende a chover
Por causa das lesbianas
Minh’arte usa outro tom
Qual as culturas ciganas
Que exibem múltiplo som
Profanamente sagradas
Linguagens são agregadas
Colando lábio e batom
Por causa das lesbianas
Nem só a cultura é oral
Abaixo as falas tiranas
“Pedra é pedra, pau é pau”
Não “é o fim do caminho”
Lesco-lesco e roçadinho
Sugerem outro final
Por causa das lesbianas
As “águas de março” vêm
Lavadas pelas baianas
Do jeito que só faz bem
No oito do mês de festa
Abra-se mais que uma fresta
Pra Ela falar também
Por causa das lesbianas
Escrevo mais um cordel
Dedicado às Fulanas
Com registro em papel
Exorto-as a amar
Bem como a comemorar
A vida embaixo do Céu
Em face da Lesbecause
Falo em direitos iguais
Não só pra mexer no mouse
(Mas pra fazer muito mais)
É que se fez nossa mão
Nossa boca e coração
Nossa língua e nossos ais
Em nome da causa delas
Façamos uma Parada
Pra expor nas janelas
Em letras arroxeadas:
Nenhum direito a mais!
A menos também jamais!
Esta é a grande sacada!
Uau ela se garante demais, fala sério.... Salete Maria é daqui do Ceará. Ela é de Juazeiro, terra do padrinho ciço. advogada e pofessora da URCA. Quem quiser saber mais, ou ler coisas espetacularmente maravilhosas que ela escreve: http://cordelirando.blogspot.com/
Muito legal! Dá orgulho ser uma lesbiana.
ResponderExcluirMuito bom!!! Bom mesmo.
ResponderExcluirParabéns!!!
abraços a tod@s!!!
Meninas, obrigada por apreciarem meu cordel...
ResponderExcluirvisite o blog www.cordelirando.blogspot.com
beijos