sexta-feira, 10 de abril de 2009

Gostinho de SENALE

Deixa a gente com água na boca pra próxima edição....



quarta-feira, 8 de abril de 2009

segunda-feira, 6 de abril de 2009


Let me see se apre(e)ndi
A língua da mulher gay
Deixe-me ver se (ab)sorvi
tal do verbo to say:
Seio you, seio me, seio we
Lesbecause let me see
Em junho tem happy day


Por causa das lesbianas
Agora sou poliglota
Lésbicas ou pubianas
Já não as acho idiotas
Os lábios roçam as bocas
As bocas parecem loucas
Sedentas, mudam de rotas


Por causa das lesbianas
Surge a visibilidade
Algumas moças insanas
Se exibem com vaidade
Fazem manifestação
Mostram peito e coração
Se alastram pela cidade


Por causa das lesbianas
s feministas ampliam
A pauta das veteranas
Sussurram, berram e miam
izem “mulher com mulher”
E já não dá jacaré
Como muitos presumiam


Por causa das lesbianas
As línguas se entrelaçam
As bocas se chamam xanas
As xanas se chamam rachas

As rachas se chamam girls
Garotas chupam freegels
Free girls chupam muchachas


Por causa das lesbianas
Na ponta da lingua vem
Umas palavras sacanas
E um jeito de querer bem
Um dedo de prosa boa
Uma mão boba, à toa
Que move como ninguém


Por causa das lesbianas
É feita a tal discussão
Se Marias vão com Anãs
Por que chamar sapatão?
Preconceito dê no pé!!
O chato é ter chulé
Amor não faz calo, não


Por causa das lesbianas
A luta por igualdade
Impõe teses mais humanas
Requer a diversidade
Só a sociedade viva
Não hetero-normativa
Permite a felicidade


Por causa das lesbianas
Fala-se de peito aberto
Bonecas de porcelana
Não se pode ver de perto
Quanta historia mal contada
Quanta mulher mal amada
Por causa “do jeito certo”


Por causa das lesbianas
La vulva! Esquerda! Volver!
Enganam-nos qual iguanas
Estranha e dócil: por quê?
“Tímida e espalhafatosa”
Exposta e misteriosa
Na seca aprende a chover


Por causa das lesbianas
Minh’arte usa outro tom
Qual as culturas ciganas
Que exibem múltiplo som
Profanamente sagradas
Linguagens são agregadas
Colando lábio e batom


Por causa das lesbianas
Nem só a cultura é oral
Abaixo as falas tiranas
“Pedra é pedra, pau é pau”
Não “é o fim do caminho”
Lesco-lesco e roçadinho
Sugerem outro final


Por causa das lesbianas
As “águas de março” vêm
Lavadas pelas baianas
Do jeito que só faz bem
No oito do mês de festa
Abra-se mais que uma fresta
Pra Ela falar também


Por causa das lesbianas
Escrevo mais um cordel
Dedicado às Fulanas
Com registro em papel
Exorto-as a amar
Bem como a comemorar
A vida embaixo do Céu


Em face da Lesbecause
Falo em direitos iguais
Não só pra mexer no mouse
(Mas pra fazer muito mais)
É que se fez nossa mão
Nossa boca e coração
Nossa língua e nossos ais


Em nome da causa delas
Façamos uma Parada
Pra expor nas janelas
Em letras arroxeadas:
Nenhum direito a mais!
A menos também jamais!
Esta é a grande sacada!




Uau ela se garante demais, fala sério.... Salete Maria é daqui do Ceará. Ela é de Juazeiro, terra do padrinho ciço. advogada e pofessora da URCA. Quem quiser saber mais, ou ler coisas espetacularmente maravilhosas que ela escreve: http://cordelirando.blogspot.com/

quarta-feira, 1 de abril de 2009

LESBIANIDADE




Nossa sociedade tem como base a heterossexualidade obrigatória. O que significa isso? Significa que desde que nascemos somos criados para o sexo oposto. A menina é ensinada a ser atraente, cozinhar e ser boa mãe e esposa. O menino é ensinado a ser forte e corajoso para sempre proteger e prover sua esposa e filhos. Tudo parece muito lindo e romântico, como um bom filme de Hollywood, e é desta forma que a sociedade segue. Mas, é justamente por causa dessa norma social que nos é passada pelos nossos pais e que nós, sem nos questionar, passamos para os nossos filhos, que está à causa da maioria dos problemas da nossa sociedade atual.
Além de legitimar a maior parte das desigualdades sociais entre os sexos, tais como a diferença de salários entre homens e mulheres, a menor participação política feminina, a violência tão grande e comum que é praticada contra as mulheres, essa norma social ainda exclui a possibilidade de haver relacionamentos afetivos e sexuais entre as pessoas do mesmo sexo, invisibilizando as relações lésbicas, por exemplo.
Segundo a Fundação Perceu Abramo em recente pesquisa, 92% dos Brasileiros são de alguma forma preconceituosos com as mulheres lésbicas. O problema disso é que o preconceito facilmente se transforma em descriminação fazendo com que além de violência psicológica na família, nas escolas e no trabalho, as mulheres lésbicas muitas vezes sofram violência física e até mesmo assassinatos, como mostra uma pesquisa realizada pelo GRAB (Grupo de Resistência Asa Branca) que dentre os assassinatos ocorridos no Ceará, nos últimos anos, contra pessoas homossexuais, há maior incidência de violência contra as mulheres lésbicas do que contra as travestis, população historicamente discriminada e que sofre a maior parte da violência homofóbica em todo o mundo.
Além disso, há a invisibilidade nas políticas públicas, fazendo com que, dezenas de direitos comuns a pessoas heterossexuais sejam negados as pessoas homossexuais ou que não existam métodos eficazes de prevenção de DST entre as mulheres que fazem sexo com mulheres.
Devemos todas e todas juntos lutarmos contra todas as formas de preconceitos, sejam elas por gênero, raça ou orientação sexual e unirmos grande força para juntos acabarmos com toda norma social que aprisiona e nos limita para construirmos um mundo mais igualitário e justo para todas as pessoas.


Alessandra Guerra
LAMCE
Coordenadora colegiada
(Texto para fábrica de imagens)