II Seminário Brasileiro contra o Racismo Ambiental
Racismo Ambiental - disputa pelo território e capitalismo; desenvolvimento para quê e para quem?
Data: 23 a 25 de Março de 2009
Local: UFC- Faculdade de Direito
Realização: GT de Combate ao Racismo Ambiental/RBJA
“Chamamos de Racismo Ambiental às injustiças sociais e ambientais que recaem de forma implacável sobre grupos étnicos vulneráveis e outras comunidades, discriminadas por sua origem ou cor”.
23 de Março
Local: Faculdade de Direito
8:30 - Acolhida dos participantes
9:00 - Abertura e boas vindas
10:00 - Painel I - Racismo Ambiental, disputa pelo território e modelo de desenvolvimento nos marcos do capitalismo.
11:30 - Debate
12:30 - Almoço
14:00 - Painel II - Colonialismo, luta pelo território, racismo e conflitos socioambientais no Brasil
16:00 - Debates
17:00 - Intervalo e lançamento de livros
17:30 - Encerramento do dia - Exposição de fotos em data-show: Quebradeiras de coco e Favela de Parelheiros/SP, de Telma Monteiro
24 de Março
Local: Faculdade de Direito
8:30h - Acolhida dos participantes
9:00h - Painel III – Racismo Ambiental e conflitos urbanos no Brasi
11:00 - Construção e reflexão coletiva de Mapa dos conflitos Socioambientais no Brasil no Marco das políticas macroeconômicas.
12:30 - Almoço
14:00 - Painel IV: Limites e Desafios para os sujeitos sociais no enfrentamento do racismo ambiental
15:30 - lanche
16:00 - Debate
17:00 - Ato público nos arredores da universidade
25 de Março
Local: São Gonçalo do Amarante e Caucaia
7:00 - Visita aos Anacé no Pecém
13:30 - Socialização de impressões da visita
14:00 - Painel V: Desenvolvimento como, para quê e para quem: Racismo Ambiental e alternativas de resistência
15:30 - lanche
16:00 - Trabalho em grupos: Construção de estratégias coletivas de enfrentamento
17:00 - Plenária de apresentação dos relatórios dos grupos e aprovação do documento final do Seminário
quarta-feira, 18 de março de 2009
terça-feira, 17 de março de 2009
terça-feira, 10 de março de 2009
Ainda FSM Festa na Casa Feminista e diálogos interessantes
Saindo da oficina totalmente pesada (pesada no sentindo de densa) feita pelas minas da sapataria, só uma boa festa pra anuviar nossas cabeças...
Saímos de lá, e fomos pra Casa Feminista, onde ia rolar uma festa...
A festa começou tímida, mas aos poucos.. uhhh
Estávamos cantando e dançando feito doidas. A festa era aberta, para convidadas e convidados, a Déia foi, a Ludmila, a Dani e todas nós supermaras que já estávamos hospedadas na casa.
Fumei um, e dancei como tava precisando desde o meu aniversário, que foi massa, mas deixou a desejar, pelo menos que eu esperava para um aniversário "belemense", rs.
Aí deu 2hrs da madruga e simplesmente o som parou!
-parou? como assim???
-é que ficou acertado, que 2hrs o som ia parar pro povo dormir...
-Dormir??? dormir nãooo
Aí vai a Luds, toda empoderada conversar com o Dj (cara, ela se garante d+, paguei muito pau pra ela), e descobriu que de lá, ele ia fazer o som num bar chamado Café Imaginário, e ainda descolou 4 free pra gente entrar!
-aêêê guria!
Bora pro café imaginário! nós e uma renca que não tava afim de dormir na Casa Feminista (juro que não achei nenhuma foto do lugar, mas é lindo... serve como galeria de arte também.
Eu não tinha grana pra beber, e fiquei muito doida, com cerveja que a luds conseguia não sei como, rss.
Dançamos e nos divertimos muito até as 6hrs da manhã. quando a gente ia sair, tinha uns carinhas lá fora e começaram com gracinha pra cima de mim.
se liga no dialogo:
-e aí mina, vc é gatinha
-é? pena que não sou pro seu bico, né?
- não... vem cá.... ( e me puxa)
- se liga cara, não encosta não.
-não gatinha, vêm cá...
-Cara, para de encostar! vc não se enxerga não???
-lógico que não, por isso é que eu uso óculos.
- não seja por isso bem...
então peguei o óculos dele e com uma mão só, amassei ele todinho (gente nunca vi óculos tão frágil!), aí com os óculos amassados na mão, não tinha + nada a fazer. taquei ele no chão e saí andando (é jogar no chão não foi a melhor coisa a fazer, mas eu tava um tanto embriagada, vc me dá um desconto, né? ).
Entramos num táxi e saímos fora
Chegando na casa feminista...
uma galera dormindo ainda
outra galera tomando banho pra ir pras universidades.
e nós, ainda no pique..
-vamos tomar só + uma cerveja na padaria?
-bora!
E aí fomos... eu, ludmila, novinha, e quem mesmo +? nem lembro, já tava meio passada... rs
e lá ficamos até as 10hrs da matina, na melhor discussão política que tive em todo o fórum social mundial! Sério... não é brincadeira não...
Cresci muitíssimo com a discussão que nós 3 tivemos naquela mesa na padaria.
Não lembro + quem tava lá, mas lembro exatamente tudo o que discutimos e acho que nunca vou esquecer....
Saímos de lá, e fomos pra Casa Feminista, onde ia rolar uma festa...
A festa começou tímida, mas aos poucos.. uhhh
Estávamos cantando e dançando feito doidas. A festa era aberta, para convidadas e convidados, a Déia foi, a Ludmila, a Dani e todas nós supermaras que já estávamos hospedadas na casa.
Fumei um, e dancei como tava precisando desde o meu aniversário, que foi massa, mas deixou a desejar, pelo menos que eu esperava para um aniversário "belemense", rs.
Aí deu 2hrs da madruga e simplesmente o som parou!
-parou? como assim???
-é que ficou acertado, que 2hrs o som ia parar pro povo dormir...
-Dormir??? dormir nãooo
Aí vai a Luds, toda empoderada conversar com o Dj (cara, ela se garante d+, paguei muito pau pra ela), e descobriu que de lá, ele ia fazer o som num bar chamado Café Imaginário, e ainda descolou 4 free pra gente entrar!
-aêêê guria!
Bora pro café imaginário! nós e uma renca que não tava afim de dormir na Casa Feminista (juro que não achei nenhuma foto do lugar, mas é lindo... serve como galeria de arte também.
Eu não tinha grana pra beber, e fiquei muito doida, com cerveja que a luds conseguia não sei como, rss.
Dançamos e nos divertimos muito até as 6hrs da manhã. quando a gente ia sair, tinha uns carinhas lá fora e começaram com gracinha pra cima de mim.
se liga no dialogo:
-e aí mina, vc é gatinha
-é? pena que não sou pro seu bico, né?
- não... vem cá.... ( e me puxa)
- se liga cara, não encosta não.
-não gatinha, vêm cá...
-Cara, para de encostar! vc não se enxerga não???
-lógico que não, por isso é que eu uso óculos.
- não seja por isso bem...
então peguei o óculos dele e com uma mão só, amassei ele todinho (gente nunca vi óculos tão frágil!), aí com os óculos amassados na mão, não tinha + nada a fazer. taquei ele no chão e saí andando (é jogar no chão não foi a melhor coisa a fazer, mas eu tava um tanto embriagada, vc me dá um desconto, né? ).
Entramos num táxi e saímos fora
Chegando na casa feminista...
uma galera dormindo ainda
outra galera tomando banho pra ir pras universidades.
e nós, ainda no pique..
-vamos tomar só + uma cerveja na padaria?
-bora!
E aí fomos... eu, ludmila, novinha, e quem mesmo +? nem lembro, já tava meio passada... rs
e lá ficamos até as 10hrs da matina, na melhor discussão política que tive em todo o fórum social mundial! Sério... não é brincadeira não...
Cresci muitíssimo com a discussão que nós 3 tivemos naquela mesa na padaria.
Não lembro + quem tava lá, mas lembro exatamente tudo o que discutimos e acho que nunca vou esquecer....
+ sobre o FSM e patriarcado
Depois da reunião do SENALE, me juntei com as meninas lindas da sapataria (DAni marques e Ludmila), + a Nalva de Sergipe e uma amiga dela do MOLS e fomos pra UFRA, pra oficina da Sapataria.
Pra chegarmos lá, resolvemos pegar o barco que estava fazendo o translado entre as duas universidades. (barquinho fazendo o translado)
(Caminho do rio até a UFRA)
(Caminho do rio até a UFRA)
Chegamos na Aldeia da paz, a oficina foi na Tenda das Deusas, um espaço sagrado onde só entravam mulheres.
A oficina tinha como proposta o tema violência entre mulheres e aplicação da Lei Maria da Penha, mas assim que a oficina começou, o quadro foi outro.
Todas as mulheres começaram a relatar casos de violência: estupros, abusos, etc...
Foi Phoda.
Parece que todas as mulheres que estavam lá (12 no total) tinha algum relato de violência pra contar! que mundo é esse que vivemos?
sobre ser contra organização...
"Eu me desorganizando eu posso me organizar"... aff...
acho isso muito sem noção.. como posso mudar alguma coisa sem me organizar, sem juntar com outras pessoas que pensam igual e fazer algo pra mudar? será que a minha existência discordante é suficiente pra fazer alguma coisa???
A oficina tinha como proposta o tema violência entre mulheres e aplicação da Lei Maria da Penha, mas assim que a oficina começou, o quadro foi outro.
Todas as mulheres começaram a relatar casos de violência: estupros, abusos, etc...
Foi Phoda.
Parece que todas as mulheres que estavam lá (12 no total) tinha algum relato de violência pra contar! que mundo é esse que vivemos?
será que ninguém percebe como o patriarcado é phoda? será que ninguém, além da gente tá afim de fazer alguma coisa pra mudar isso?
Aí leio algumas coisas idiotas por aí...sobre ser contra organização...
"Eu me desorganizando eu posso me organizar"... aff...
acho isso muito sem noção.. como posso mudar alguma coisa sem me organizar, sem juntar com outras pessoas que pensam igual e fazer algo pra mudar? será que a minha existência discordante é suficiente pra fazer alguma coisa???
+ sobre o FSM e sobre o SENALE
No dia 30, logo de manhã, a LBL (Liga Brasileira de Lésbicas), tinha uma oficina marcada para falar sobre Feminismo e Lesbianidade também. Mas, elas abriram mão da oficina, para rolar um dialogo sobre o SENALE (Seminário Nacional de Lésbicas). O problema é que conforme definido no ultimo SENALE, a próxima edição aconteceria em Brasilia, só que as mulheres da Coturno de Vênus sinalizaram que não seria + possível realizar por lá.
Então a ideia da reunião era um inicio de discussão não deliberativa sobre o que fazer com o SENALE.Mas antes de começar, rolou uma super seção de massagem coletiva, que foi ultraboa e ultranecessária, pq não havia um ser em Belém do Pará que não estivesse totalmente quebrado, rs. Foi muito massa a troca de energias.
Depois disso, rolou uma apresentação muito massa, onde fizemos um corredor de carinhos, onde quem passava, ia se apresentando e recebendo carinhos de quem formava o corredor. bom que soh...Quando a reunião começou, foi falado um pouco sobre a história dos senales. A carta da Coturno, sinalizando que não rolaria mais em brasília também foi passada par todas e todos presentes e também uma carta da Irina Bacci do Coletivo Feminista de Mulheres da ABGLT (que eu faço parte) dizendo que o Coletivo apoiaria brasília ou Porto Velho, conforme deliberado como segunda opção na ultima edição do seminário.
Eu estava lá como ABL (Articulação Brasileira de Lésbicas), e coloquei o que a gente tinha discutido....Como BSB se retirou, é melhor ser em Porto Velho... pq? pq nunca houve SENALE na região Norte (e isso ia ajudar d+ o movimento por lá), pq o grupo Tucuxi está disposto a arrecadar recursos e realizar o senale, pq foi deliberado e ponto.Mas parece que a ideia não foi muito popular....As mulheres queriam Brasília.Eu tb oras, é Brasília que não quer!
sexta-feira, 6 de março de 2009
É... eu sei, já faz + de um mês....
Mas é isso. até que enfim tomei vergonha na cara e resolvi fazer um blog. afinal tantas experiências supermassas que tenho, participando tão ativamente dos movimentos sociais (lésbico, lgbts, feminista, jovem...), que eu não posso simplesmente guardar tudo pra mim, ou falar só em mesas de bar, ou vez por outra em palestras ou coisas do tipo. Além do mais, todas as coisas que discuto, que aprendo tento assimilar e colocar em prática na minha vida, e essas experiências, quero compartilhar....
no dia 29, ninguém do LAMCE foi pra UFPA cedo. ficamos na Casa Feminista discutindo sobre a nossa oficina sobre Feminismo e Lesbianidade. foi essencial, para definirmos finalmente todos os detalhes.
as 14:30hs estávamos todas em frente a sala onde ia ser a nossa oficina. a sala estava lotada. não pra nossa oficina, mas pra uma oficina de Teatro do Oprimido. e surpresa.. a oficina ia até as 16:00hs!
-como assim? a nossa oficina está marcada para 15h! tá aqui na programação....
- a nossa é até as 16h, olha aqui na programação....
- não! vai ter uma oficina de bonecas de pano as 15:30h!
- oq? q merda! marcaram diversas oficinas no mesmo horário! e agora???
conseguimos convencer a galera do Teatro do Oprimido, e as 15h a sala tava liberada.
OCUPAMOS
Cadeiras pra dentro, bandeira lésbica estendida, a sala é nossa!
Demos um tempo pro povo chegar e 15:30h a oficina começa.
A Mariana, única bissexual do LAMCE, puxa a dinâmica de apresentação.
A dinâmica era + ou- o seguinte...
Alguém começa... Eu estava andando na floresta (ou qualquer lugar) e vi uma arara (ou um bicho qualquer) e esse bicho era ela ali. Aí a pessoa fala, não.. eu não sou uma arara. sou a fulana e vim de não sei onde, fazer não sei o que...., mas quando eu estava vindo pra cá, passei pelo rio e vi uma lontra, a lontra era ela ali... e assim por diante.
Foi engrassadíssima a dinâmica, e enquanto todo mundo se apresentava chegava mais gente... até entrar 3 garotos na sala, e depois chegar mais meninos. É ia ser uma oficina bem plural mesmo. Alguém ao se apresentar falou: "Estava vindo pra uma oficina de lésbicas e quando eu entro na sala tem uma cobra! o que essa cobra tá fazendo aqui!", rssss. pros meninos se apresentarem.
Tivemos que encerrar a apresentação, sem todo mundo se apresentar, pq estava entrando tanta gente na sala que a gente ia ficar na apresentação até o fim da oficina!
A Maria Angélia, sapa que filma, filmou nossa oficina inteira! na integra! foi massa d+!
Quando terminou a apresentação, eu peguei a palavra. expus que o objetivo da oficina era aproveitar a pluralidade dos sujeitos presentes no fórum pra fazer essa discussão. nós não somos experts no assunto, nem temos diversos artigos científicos publicados. mas sabemos que essa discussão não podia ficar de fora. então tentamos propiciar o espaço pra ela acontecer.
A metodologia foi a seguinte...
Primeiro fazíamos uma pergunta, e havia uma inscrição, no inicio ilimitada, mas que depois tivemos que limitar para 5 pessoas, devido a intensa participação da galera.
Logo no inicio.. pá.
a pergunta era... o que é Feminismo?
aí um dos garotOs....
- Eu queria falar que eu acho que as mulheres, as feministas, não tinham que tentar ficar parecendo homens, que isso é um absurdo, a gente nem sabe as vezes quem é mulher e quem é homem....
E ai uma enxurrada de inscrições.... a questão dele foi ótima, pq fez com que as mulheres feministas tivessem vontade de falar, de esclarecer.
As questões foram +ou- essas:
*O que é feminismo?
*O que é lesbianidade?
*Se a heterossexualidade obrigatória é um pilar do patriarcado, será que devemos condenar todas as heterossexualidades?
*há possibilidade de um movimento de lésbicas não fazer parte do movimento feminista?
*Por que as mulheres lésbicas deveriam apoiar lutas feministas, que teoricamente não lhe cabem? (como por exemplo a legalização do aborto?)
*Se o espaço familiar é o espaço onde acontece a materialização da maior parte das opressões, pq lutamos tanto por casamento, adoção, inseminação?
Foi muitoooo bom, as pessoas foram extremamente participativas, a discussão rolou de forma respeitosa e construtiva. Acho que muita gente saiu de lá transformado. Um dos meninos, que fazia seminário comentou sobre a ultima pergunta....
Cara, isso foi tão lindo! fiquei realmente muito sensibilizada....
Ver que tem gente querendo fazer diferente, gente que realmente acredita que um outro mundo é possível! Sem patriarcado, sem racismo, sem homofobia!
Ah.. valeu a pena d+ a nossa oficina. e o sentimento depois de tarefa cumprida que se instaurou por todas as meninas do LAMCE....
No total deram umas 80 pessoas, 70 que assinaram a lista, fora umas que entravam e saíram sem assinar. foi d+!
Depois da oficina, nós nos abraçamos....
Mas é isso. até que enfim tomei vergonha na cara e resolvi fazer um blog. afinal tantas experiências supermassas que tenho, participando tão ativamente dos movimentos sociais (lésbico, lgbts, feminista, jovem...), que eu não posso simplesmente guardar tudo pra mim, ou falar só em mesas de bar, ou vez por outra em palestras ou coisas do tipo. Além do mais, todas as coisas que discuto, que aprendo tento assimilar e colocar em prática na minha vida, e essas experiências, quero compartilhar....
Portanto segue um extenso relato sobre minha experiência pessoal no FSM2009...ok?
Será que alguém vai ter alguma espécie de saco, pra me ler até o fim? se vc conseguir... não deixe de comentar, pois vou virar sua fã. rss
Será que alguém vai ter alguma espécie de saco, pra me ler até o fim? se vc conseguir... não deixe de comentar, pois vou virar sua fã. rss
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14:30h viagem iniciada. previsão de 28 horas de viagem. fortaleza-belém.
Galera muito animada no busão. cachaça, vinho, cerveja, risadas, fotos. ônibus só de mulheres, patrocinado pela AMB. a maioria mulheres que eu amo. nós (8) do LAMCE (Liberdade do Amor entre Mulheres no Ceará), o Fórum Cearense de Mulheres, Inegra, APROCE, e outros movimentos super massa. tá, tinha umas senhoras um tanto..... ortodoxas, mas no geral, todo mundo muito blz. lá pras tantas da madruga, mulheres embriagadas, acabaram todas dormindo. eu não bebi, me recuperando de uma infecção intestinal dias antes...
viagem totalmente de boa, fumamos uns na estrada, massa.
Enfim, chegamos! Recepção acalorada, batucada na Casa Feminista!
(Batucada e fachada da casa feminista)
Assim que chegamos, ocupamos um quarto, ou melhor sala de aula, 14 mulheres no quarto. 400 mulheres na Casa Feminista. o quarto, ficou super massa, das 14, só 3 não eram jovens. das 14 só 3 não eram lésbicas nem bissexuais. Revi pessoas queridas. dessas que a gente só vê de vez em nunca quando rola um encontro por aí. Fui conhecer o banheiro, tava doida pra tomar um banho (confesso não consegui tomar banho naqueles banheiros de beira de estrada), e surpresa.... chuveiros sem porta....
vamos lá! exercício naturalista.
Saímos pra comer na padaria da frente. massa, bairro bom de belém, tudo muito perto e fácil.
Depois que voltamos, tivemos uma plenária de boas vindas, foi massa.
Dormi que foi uma beleza, muito cansada da viagem, os ônibus de viagem definitivamente não foram feitos pra quem tem + de 1,70mts. As meninas no quarto ficaram curtindo, eu não ouvi nada, capotei mesmo...
No outro dia o trampo começou cedo. Nos dividimos em grupos 3 grandes grupos de + ou - cem mulheres. o objetivo era ensaiar a intervenção da AMB nos 3 grandes palcos que fizeram o primeiro dia da programação do FSM.
Fiquei no palco 2. Ensaiamos 2 intervenções. ficou muito massa!
A tarde, fomos todas pra marcha de abertura. As ruas estavão super congestionadas, acho que belém nunca viu tanto ônibus. impossível chegar. resolvi descer do ônibus e ir a pé. na hora que pisei na rua, uma chuva fenomenal (como só em belém tem) me pegou de surpresa. estava com um milheiro de papel na mão, e quase tudo se espatifou no chão com tanta chuva. corri e voltei pro ônibus, rs.
A marcha foi tudodebom.com.br!
Talvez, uma das caminhadas + bonitas que participei!
(Dione do LAMCE com nossa bandeira, eu lá no fundo)
(intervenção das Loucas de Pedra Lilás - PE)
(Lu, lésbica feminista da Guatemala)
(Standart da AMB - Articulação de Mulheres Brasileiras)
(intervenção das Loucas de Pedra Lilás - PE)
(Lu, lésbica feminista da Guatemala)
(Standart da AMB - Articulação de Mulheres Brasileiras)
A chuva truando e nós todas e todos super empolgados, gritando e mostrando nossas bandeiras. Sorri e vi sorrisos raros, sorriso de gente sofrida, mas de gente que luta. luta e fica feliz quando vê outras e outros iguais, também lutando. é muito massa!
Aprendi vários gritos:
Feministas contra o machismo
Feministas contra o capital
Feministas contra o racismo
Contra o Terrorismo Neoliberal!
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------------------------------
A nossa luta
é todo dia
contra o racismo
e a lesbofobia!
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A nossa luta é por respeito
mulher não é
só bunda e peito!
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A nossa luta é todo dia
somos mulheres
e não mercadorias!
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Se o papa fosse mulher
o aborto seria legal
seria legal e seguro
seria legal e seguro
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Direito ao nosso corpo
Legalizar o aborto
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Alerta, Alerta, Alerta
que caminha
A luta feminista
na américa latina!
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Tirem seus rosários
de nossos ovários!
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O corpo é meu
não se maltrata
não se viola
não se mata!
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O corpo é meu
não se maltrata
não se viola
não se mata!
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Gritei muito, peguei o megafone da AMB e passei a marcha toda berrando.. rss
Bebi muito (será isso um problema? acho que não... posso beber a vontade que no outro dia estou de pé, pronta pra o que der e vier), fumei um (resistência!) e fiquei pirada.
Várias bandeiras, várias lutas. povos indigenas, povos da amazônia, sertenejos, mulheres de vários movimentos: MST, Juventude, Negras, ....
A marcha realmente foi massa d+!
Acabando a marcha, estava voltando pra Casa com a Priscila "Chavão" (Loucas da Pedra Lilás - PE), mas ainda estavamos no maior pick de continuar....
acabamos voltando.
Andamos tentando achar um rosto conhecido e nada.... até que....
- Dayana! (Danda de Brasilia, do movimento de meninos e meninas de rua, que eu e a chavão conhecemos no Rio de Janeiro, no III Congresso Mundial de Enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes) e aí guria! que saudade!
Ela nos contou que tava desesperada, pq estava com a Déia (AêÊêê sapa satanás), da Coturno de Vênus - Associação Lésbica Feminista de brasília, e que ela tinha saído com a chave da barraca dela e a pulseira de entrar no acampamento da juventude (onde elas estavam acampadas), pra pegar alguma coisa e elas tinham marcado de se encontrar ali, onde ela estava naquela momento, só que o problema é que faziam umas 3 horas, e ela não podia ir pro acampamento pq ela não ia conseguir entrar sem pulseira, e mesmo se entrasse não ia adiantar nada, pq a chave da barraca estava com a andréia, e tb que não podia ir pra lá e simplesmente desistir da Andréia, pq todas as coisas da andréia estavam dentro da barraca dela. (ufa).
Então depois de esperar mais um montão a andréia e nada, tentamos convence-la e conseguimos a ir pra Casa Feminista com a gente. Qd estavamos indo pra lá, encontramos toda a galera do nosso quarto indo pro acampamento da juventude, que ficava na UFRA, pra tentar entrar. resolvemos ir junto. tudo é festa mesmo, rs.
Então depois de esperar mais um montão a andréia e nada, tentamos convence-la e conseguimos a ir pra Casa Feminista com a gente. Qd estavamos indo pra lá, encontramos toda a galera do nosso quarto indo pro acampamento da juventude, que ficava na UFRA, pra tentar entrar. resolvemos ir junto. tudo é festa mesmo, rs.
Chegamos. não consuimos entrar logo, inventamos desculpas, que perdemos pulseira, que não acharam nossa inscrição.... e nada de deixarem a gente entar. tentamos de outra forma. nada. até que conseguimos entrar só pra verificar no computador. enquanto menos a organização esperava... puf.
Corremos pra Barraca da Danda. quando chegamos lá, a sátanas da Andréia estava lá! nos abraços muito (gosto dessa guria pra caralho!!!!) e fizemos a maior festa. acampamento da juventude era muito massa! Muitas barracas mesmo! muita gente doida! todo mundo curtindo, fumando, bebendo, dançando! Várias manifestações culturais e políticas. um espaço muito plural! fiquei encantada. muito encantada mesmooooo. saímos pra andar pelo acampamento. entramos na aldeia da paz, um espaço de experimentação de outro mundo. gente muito alternativa, a maioria vegetariana (engraçado que depois que comecei a evitar consumir carne, conheci muita gente q faz o mesmo), totalmente de boa e na paz...
(Galera que questiona o visual)Conhecemos uma galera que estava fazendo uma fogueira e cozinhando algum vegetal pra comer. tomamos um pouco de cachaça, trocamos energias, demos risada e saímos fora. Quando estavamos voltando deu 00:00 do dia 28. meu aniversário! Fizemos a maior festa e pulamos abraçadas feito doidas dentro da UFRA. foi muito bom! Encontramos uma marcha. uma marcha muito louca, que ao invés de gritos políticos cantava marchinhas de carnaval e musicas que a juventude sabe canta. resolvemos seguir. cantamos e pulamos um monte. mas estavamos cansadas d+.
Resolvemos voltar pro acampamento. antes passamos no chuveiro e resolvi fazer + um exercício naturalista, rs. Caramba, que água maravilhosa que sai dos chuveiros em Belém do Pará! não dá vontade de sair nunca do chuveiro! ainda curtimos pakas. comi brigadeiro de maconha, conheci gente muito massa.
Na hora de dormir 4 pessoas numa barraca pra 2, que ainda estava lotadíssima de caixas e malas. foi sufoco, mas momentos como esses são tão raros q a gente nem precisa dormir tanto assim.
No outro dia, eu e chavão acordamos bem cedo. era dia da intervenção nos palcos.
-Nossa priscila, e agora, como sai dessa universidade?
-É por ali, tenho certeza.
andamos como condenadas, que universidade gigante! mas tinha algo errado. perguntei pro policial...
-e aí? onde é a saída?
-é pra lá, na direção oposta!
-caraca chavão pirada! rss! nunca conheci alguém mais avoada que eu mesma!
Voltamos tudo. quando estavamos voltando encontrei quem?
-Suzane! (uma das minha melhores amigas) como assim suzane? o que cÊ tá fazendo aqui doida? eu saí de fortaleza e vc tava lá e num vinha pro fórum!
mas foi, e tava lá de mala e cuia, tinha acabado de chegar! muito massa! ela foi pra outro canto. ela canta numa banda que tocou no fórum o Maracatu Vigna Vulgaris, e foi ficar junto com essa galera.
Seguimos para nossa atividade.
Muitas mulheres juntas, todas com o chapeuzinho da AMB (depois saíria no jornal... "AMB lança moda do FSM!", acreditam?). fiz tererê nuns cabelos e ficamos aguardando a hora na nossa primeira intervenção. foi massa. subi no palco, segurando uma pipa enerme, representando a liberdade das mulheres, e lá em baixo, as loucas de pedra lilás puxavam o toré:
José, José, prepara teu café,
João, João, cozinha teu feijão,
Oh Zeca, oh Zeca, lava tuas cuecas
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Ernesto, Ernesto, aprende a fazer sexo
Zequinha, Zequinha, só com camisinha
Tião, Tião, com violência NÃO!
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Simone, Simone,bota a boca no trombone
Cristina, Cristina,olha tua vagina
Mulher, Mulher
seja o que quizer!!!
Foi muito massa! fomos filmada, fotografadas e muito visibilizadas!
Nesse dia encontrei a Tita. militante de Alogas, que admiro pra caramba. foi legal. fumamos um, colocamos a conversa em dia. Encontrei também muitas lésbicas do movimento nacional. foi bom, fizemos o convite pra oficina que nós do LAMCE iamos fazer sobre Feminismo e Lesbianidade na UFPA.
Depois fizemos outra intervenção, contra a criminalização das mulheres que praticam aborto. todas nós levantamos faixas, e chocamos muito gente careta que tava lá. inclusive uma freira.
Era meu aniversário. no começo estava feliz, mas depois dos atos, fiquei tão triste! ia ter show do Seu jorge, outro do Teatro Mágico e eu não tava mais a fim de nada. queria estar em casa, queria mesmo. No fim, a galera que não foi pros shows, me convenceu a ir beber em frente ao mercado de São Brás. Acabei indo, bebi e foi massa. acabamos transformando o bar em dancing e dançamos reggae pra caramba. muito legal mesmo.
Dormi cedo, pq estava acabada.
no dia 29, ninguém do LAMCE foi pra UFPA cedo. ficamos na Casa Feminista discutindo sobre a nossa oficina sobre Feminismo e Lesbianidade. foi essencial, para definirmos finalmente todos os detalhes.
as 14:30hs estávamos todas em frente a sala onde ia ser a nossa oficina. a sala estava lotada. não pra nossa oficina, mas pra uma oficina de Teatro do Oprimido. e surpresa.. a oficina ia até as 16:00hs!
-como assim? a nossa oficina está marcada para 15h! tá aqui na programação....
- a nossa é até as 16h, olha aqui na programação....
- não! vai ter uma oficina de bonecas de pano as 15:30h!
- oq? q merda! marcaram diversas oficinas no mesmo horário! e agora???
conseguimos convencer a galera do Teatro do Oprimido, e as 15h a sala tava liberada.
OCUPAMOS
Cadeiras pra dentro, bandeira lésbica estendida, a sala é nossa!
Demos um tempo pro povo chegar e 15:30h a oficina começa.
A Mariana, única bissexual do LAMCE, puxa a dinâmica de apresentação.
A dinâmica era + ou- o seguinte...
Alguém começa... Eu estava andando na floresta (ou qualquer lugar) e vi uma arara (ou um bicho qualquer) e esse bicho era ela ali. Aí a pessoa fala, não.. eu não sou uma arara. sou a fulana e vim de não sei onde, fazer não sei o que...., mas quando eu estava vindo pra cá, passei pelo rio e vi uma lontra, a lontra era ela ali... e assim por diante.
Foi engrassadíssima a dinâmica, e enquanto todo mundo se apresentava chegava mais gente... até entrar 3 garotos na sala, e depois chegar mais meninos. É ia ser uma oficina bem plural mesmo. Alguém ao se apresentar falou: "Estava vindo pra uma oficina de lésbicas e quando eu entro na sala tem uma cobra! o que essa cobra tá fazendo aqui!", rssss. pros meninos se apresentarem.
Tivemos que encerrar a apresentação, sem todo mundo se apresentar, pq estava entrando tanta gente na sala que a gente ia ficar na apresentação até o fim da oficina!
A Maria Angélia, sapa que filma, filmou nossa oficina inteira! na integra! foi massa d+!
Quando terminou a apresentação, eu peguei a palavra. expus que o objetivo da oficina era aproveitar a pluralidade dos sujeitos presentes no fórum pra fazer essa discussão. nós não somos experts no assunto, nem temos diversos artigos científicos publicados. mas sabemos que essa discussão não podia ficar de fora. então tentamos propiciar o espaço pra ela acontecer.
A metodologia foi a seguinte...
Primeiro fazíamos uma pergunta, e havia uma inscrição, no inicio ilimitada, mas que depois tivemos que limitar para 5 pessoas, devido a intensa participação da galera.
Logo no inicio.. pá.
a pergunta era... o que é Feminismo?
aí um dos garotOs....
- Eu queria falar que eu acho que as mulheres, as feministas, não tinham que tentar ficar parecendo homens, que isso é um absurdo, a gente nem sabe as vezes quem é mulher e quem é homem....
E ai uma enxurrada de inscrições.... a questão dele foi ótima, pq fez com que as mulheres feministas tivessem vontade de falar, de esclarecer.
As questões foram +ou- essas:
*O que é feminismo?
*O que é lesbianidade?
*Se a heterossexualidade obrigatória é um pilar do patriarcado, será que devemos condenar todas as heterossexualidades?
*há possibilidade de um movimento de lésbicas não fazer parte do movimento feminista?
*Por que as mulheres lésbicas deveriam apoiar lutas feministas, que teoricamente não lhe cabem? (como por exemplo a legalização do aborto?)
*Se o espaço familiar é o espaço onde acontece a materialização da maior parte das opressões, pq lutamos tanto por casamento, adoção, inseminação?
Foi muitoooo bom, as pessoas foram extremamente participativas, a discussão rolou de forma respeitosa e construtiva. Acho que muita gente saiu de lá transformado. Um dos meninos, que fazia seminário comentou sobre a ultima pergunta....
"Acho que a gente luta por união estável, pra poder fazer diferente"
Cara, isso foi tão lindo! fiquei realmente muito sensibilizada....
Ver que tem gente querendo fazer diferente, gente que realmente acredita que um outro mundo é possível! Sem patriarcado, sem racismo, sem homofobia!
Ah.. valeu a pena d+ a nossa oficina. e o sentimento depois de tarefa cumprida que se instaurou por todas as meninas do LAMCE....
No total deram umas 80 pessoas, 70 que assinaram a lista, fora umas que entravam e saíram sem assinar. foi d+!
Depois da oficina, nós nos abraçamos....
Esse realmente é o grande LAMCE!
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